Síria: Assad demite governador do Banco Central
O governador do Banco Central da Síria foi demitido hoje das suas funções pelo Presidente Bashar al-Assad, num país em guerra há 10 anos e que enfrenta uma crise económica sem precedentes.
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Mundo Bashar al-Assad
Segundo a agência oficial Sana, o chefe de Estado emitiu um decreto "terminando o mandato de Hazem Younes Karfoul como governador do Banco Central da Síria". Ainda não foi anunciado um sucessor.
Os media estatais não evocam as razões da demissão de Karfoul, alvo desde setembro de 2020 de sanções norte-americanas, como grande número de personalidades e instituições do poder sírio.
O anúncio ocorre depois de a libra síria, que tem sofrido uma forte desvalorização, ter atingido no início de março o valor histórico de quase 4.000 libras por dólar no mercado paralelo.
No ano passado, as autoridades tinham revisto a taxa oficial para 1.256 libras por dólar.
"O desempenho do Banco Central nos últimos tempos tem sido negativo. O governador não interveio realmente" para impedir a queda da libra, considerou um analista em Damasco, que não quis ser identificado.
Com as convulsões económicas, o país precisa "de personalidades mais enérgicas e capazes de acompanhar o ritmo dos desenvolvimentos", adiantou.
Desde o início da guerra em 2011, a moeda síria perdeu perto de 99% do seu valor.
Hoje um dólar valia 3.200 libras no mercado paralelo.
A economia síria é igualmente afetada pelas sanções ocidentais e pelo efeito da crise financeira no vizinho Líbano, lutando Damasco para garantir os dólares necessários para as importações.
Segundo a ONU, a maioria dos sírios vive sob o limiar da pobreza.
Os preços duplicaram no último ano e o Programa Alimentar Mundial calcula que 12,4 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar no país.
A guerra que devastou o país matou mais de 388.000 pessoas e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.
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