Somália rejeita críticas após prolongar mandato do Presidente
O Governo da Somália acusou hoje a comunidade internacional de fazer "chantagem" para promover uma mudança de regime, depois das críticas sobre a extensão parlamentar de dois anos concedida ao executivo liderado por Mohamed Abdullahi Mohamed Farmaajo.
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Mundo Somália
"O Governo federal da Somália aprecia o apoio contínuo da comunidade internacional, mas rejeitará qualquer intenção de utilizar a assistência humanitária para chantagear o país e promover a sua agenda", lê-se num comunicado dos Ministério dos Negócios Estrangeiros, citado pela agência de notícias Efe.
O Governo mostrou-se "profundamente preocupado pelas declarações enganadoras e alarmistas emitidas por alguns parceiros internacionais, que ameaçam a paz e a estabilidade", sublinhou o Governo liderado pelo Presidente Mohamed Farmaajo.
Apesar de o mandato de Farmaajo ter terminado oficialmente em 08 de fevereiro, a Câmara Baixa do parlamento aprovou uma moção para manter o chefe de Estado no cargo, no seguimento de três meses de disputas políticas que impediram a realização de eleições.
O Presidente Farmaajo assinou hoje a polémica lei que estendeu por dois anos o seu mandato, anunciou hoje uma rádio local.
Apesar das recentes advertências da comunidade internacional, o Presidente "promulgou a resolução especial que orienta as eleições do país, após a sua adoção unânime pelo parlamento" na noite de segunda-feira, anunciou hoje a rádio de Mogadíscio.
O líder do Senado somali havia declarado na segunda-feira a inconstitucionalidade desta votação da Câmara Baixa, que não foi aprovada no Senado, conforme previsto no processo legislativo.
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse na terça-feira, através de um comunicado, que esta resolução "vai dividir a Somália, criar mais atrasos e constituir uma séria ameaça à paz e estabilidade do país e os seus vizinhos".
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou na rede social Twitter que a situação "prejudica ainda mais a paz e a segurança do país" e pediu ao "Governo federal e aos Estados federais da Somália que retomem as negociações".
Desde o fim do seu mandato, o Presidente Mohamed foi considerado ilegítimo pela oposição somali e as várias tentativas de negociação para terminar o impasse fracassaram.
Essa lei vai contra o acordo alcançado em 17 de setembro entre Mohamed e cinco líderes regionais que previa eleições indiretas antes do final do seu mandato.
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