Zelensky disse que instruiu o seu chefe de gabinete a entrar em contacto com o Kremlin para chegar a um acordo sobre a hora e o local de uma possível reunião.
"Parece-me que tudo indica que a reunião será realizada", disse Zelensky, que se encontrou anteriormente com o líder russo durante as negociações de dezembro de 2019, em Paris, que envolveram a França e a Alemanha.
As violações de cessar-fogo cada vez mais frequentes no leste da Ucrânia - onde as forças ucranianas lutam contra separatistas apoiados pela Rússia há sete anos - e um aumento da presença militar russa na fronteira, nas últimas semanas, alimentaram temores de novas hostilidades e causaram preocupações ucranianas e ocidentais.
Os EUA e a NATO disseram que o aumento de tropas na fronteira foi o maior desde 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia e deu apoio aos separatistas na zona de Donbass, no leste da Ucrânia.
Mais de 14.000 pessoas foram mortas em sete anos de combates entre as tropas ucranianas e os separatistas apoiados pela Rússia.
A Rússia rejeitou as queixas da Ucrânia, argumentando que é livre de fazer circular as suas forças militares em qualquer lugar do seu território, mas, na quinta-feira, anunciou finalmente que as retiraria das suas bases permanentes em 01 de maio, após concluir as manobras de exercícios.
Neste clima de escalada de tensão, Zelensky ofereceu-se para organizar um encontro com o líder russo, em Donbass.
Na quinta-feira, Putin disse que, para resolver o conflito no leste da Ucrânia, o Governo de Zelensky deve primeiro envolver-se em negociações com líderes separatistas e só então discutir o assunto com a Rússia, embora acrescentando que está disponível para normalizar as relações entre os dois países.
"É o conteúdo da reunião que importa", respondeu hoje Zelensky, acrescentando que o local da reunião é de importância secundária.
O líder ucraniano também expressou esperança de que as partes possam concordar rapidamente em observar um cessar-fogo durante a Páscoa Ortodoxa, celebrada no domingo.
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