Detido suspeito de agredir e deixar asiático em coma em Nova Iorque
A polícia nova-iorquina deteve hoje um homem que está acusado de ser o autor de um violento ataque a um cidadão asiático de 61 anos que ficou em coma, no bairro de Harlem, na última sexta-feira.
© Reprodução/Twitter
Mundo EUA
Jarrod Powell, de 49 anos, terá agredido Yao Pan Ma quando o cidadão asiático estava a recolher latas dos contentores do lixo para trocá-las por dinheiro. O cidadão foi agredido pelo menos seis vezes na cabeça, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades.
O incidente, que foi captado através de uma câmara de videovigilância (e que pode ver na galeria acima), é o mais recente de uma série de agressões e ataques racistas contra cidadãos asiáticos não só em Nova Iorque, mas também em outras cidades norte-americanas.
O suspeito tem antecedentes criminais, com 15 delitos registados desde 1998.
A sobrinha de Yao Pan Ma explicou a órgãos de comunicação social locais que o tio emigrou para Nova Iorque há dois anos e que se mudou para Harlem depois de um incêndio ter destruído a casa onde vivia em Chinatown.
Começou a recolher latas para trocar por dinheiro depois de ficar desempregado, na sequência da crise económica decorrente da pandemia.
Em 23 de abril, o Senado norte-americano aprovou por esmagadora maioria um projeto-lei sobre crimes de ódio contra asiático-americanos, para lidar com o aumento de violência dirigida à comunidade durante a pandemia, passando agora a discussão à Câmara dos Representantes.
Aprovado com 94 votos a favor e apenas um contra, o projeto-lei torna mais expedita a classificação de crimes de ódio ao nível do Departamento de Justiça e aumenta o apoio às forças de segurança locais, na resposta a milhares de incidentes violentos relatados no ano passado contra ásiatico-americanos.
A senadora democrata Mazie Hirono, principal promotora da legislação, disse que os ataques contra a comunidade asiática são "uma consequência previsível" da linguagem racista e incendiária usada contra asiáticos durante a pandemia, incluindo pelo ex-presidente Donald Trump.
Um projeto-lei mais abrangente, que mudaria as leis de policiamento, está agora a ser negociado entre senadores e a maioria democrata da Câmara dos Representantes.
Antes da votação, o senador republicano John Thune afirmou que espera que o exemplo de apoio bipartidário à legislação de crimes de ódio se estenda a um pacote de infraestruturas apresentado pelo seu partido, que até agora não reuniu acordo.
A organização não governamental Stop AAPI Hate contabilizou 3.000 incidentes de ódio racial envolvendo asiático-americanos desde março de 2020.
Milhares de norte-americanos manifestaram-se no final de março em diversas cidades contra o racismo dirigido a asiáticos, na sequência dos tiroteios em salões de massagens no estado da Geórgia, que provocaram a morte de oito mulheres asiáticas.
Durante a pandemia, aumentaram de forma exponencial os ataques contra asiáticos americanos, sobretudo mulheres, o que alguns especialistas atribuem ao discurso anti-China, nas redes sociais e até promovido pela anterior administração norte-americana - o ex-presidente Donald Trump referiu-se sempre à covid-19 como o "vírus da China".
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