Farmacêuticas chinesas ponderam misturar vacinas para melhorar eficácia

Os fabricantes chineses de vacinas contra a covid-19 estão a considerar misturar as suas doses com as inoculações desenvolvidas por outras empresas, visando aumentar a eficácia.

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Lusa
28/04/2021 10:41 ‧ 28/04/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

As farmacêuticas Sinovac e Sinopharm, os dois fabricantes chineses que exportaram centenas de milhões de doses para todo o mundo, afirmaram que estão a considerar combinar as suas vacinas com as de outras empresas.

Numa rara admissão da fraqueza das vacinas chinesas contra o novo coronavírus, Gao Fu, o chefe do Centro Chinês para o Controlo e Prevenção de Doenças, afirmou este mês que as autoridades estão a considerar misturar vacinas, como forma de lidar com a sua "eficácia não elevada".

O grupo China National Biotech Group tem um plano para "uso sequencial" das vacinas produzidas pelo país, disse hoje Li Meng, chefe de cooperação internacional da empresa, que é subsidiária da estatal Sinopharm, durante uma conferência internacional.

A Sinopharm produziu duas vacinas contra a covid-19 e tem uma terceira em ensaios clínicos.

A Sinovac, empresa privada com sede em Pequim, também disse que está em discussões preliminares com investigadores, incluindo o Centro de Controlo de Doenças da China, sobre a combinação das doses da sua vacina, a CoronaVac, com outras inoculações.

A imunização sequencial significa misturar vacinas diferentes e é uma estratégia que pode aumentar as taxas de eficácia, segundo imunologistas.

Pequim distribuiu centenas de milhões de doses noutros países enquanto também tenta levantar dúvidas sobre a eficácia das vacinas ocidentais.

As taxas de eficácia da vacina para o coronavírus do fabricante chinês Sinovac na prevenção de sintomas infecciosos foi estimada em 50,4% por investigadores no Brasil.

As vacinas da Sinopharm, desenvolvidas em conjunto pelo Instituto de Produtos Biológicos de Pequim e o Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, têm uma eficácia de entre 79% e 72%, respetivamente, segundo a empresa, que não revelou publicamente mais dados sobre a fase final dos ensaios clínicos.

A prática também está a ser considerada em outros países. Cientistas britânicos estão a estudar uma combinação entre as vacinas das farmacêuticas AstraZeneca e Pfizer.

O estudo também procura testar diferentes intervalos entre as doses, com períodos de quatro e 12 semanas.

Os resultados podem ter implicações para a saúde pública em todo o mundo, já que os governos enfrentam atrasos na obtenção de vacinas em tempo útil e obstáculos logísticos na implementação das inoculações.

As vacinas da China usam uma tecnologia tradicional, que consiste em injetar um vírus quimicamente inativado para provocar uma resposta imunológica.

Os fabricantes ocidentais têm recorrido ao uso de tecnologia RNA mensageiro (mRNA), uma tecnologia nova e que tem apresentado níveis mais elevados de eficácia.

Leia Também: AO MINUTO: Maiores de 65 já podem pedir vacina nos Espaços Cidadão

 

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