A suspensão, em vigor desde 3 de maio, foi tomada pelo Comité de Trabalho Nacional do ANC, que reafirmou a decisão da direção nacional do partido de que "todos os membros acusados de corrupção ou outros crimes graves devem afastar-se das suas funções no prazo de 30 dias", noticiou o canal público SABC.
De acordo com o canal público sul-africano, o secretário-geral do ANC, que já afirmou a intenção de apelar contra a decisão, não poderá representar a organização até ao desfecho do seu processo judicial.
Magashule é acusado de 20 crimes por fraude, corrupção e lavagem de dinheiro num caso de corrupção pública relacionado com um projeto de amianto de mais de 255 milhões de rands (14,5 milhões de euros), na província do Estado Livre, centro do país, onde exerceu o cargo de governador do partido no poder até à sua nomeação para o cargo de secretário-geral do partido.
Em novembro, o tribunal sul-africano de Bloemfontein concedeu-lhe liberdade condicional mediante o pagamento de uma fiança de 200.000 rands (10.842 euros).
O anterior presidente da África do Sul Jacob Zuma, que liderou o país entre 2009 e 2018, foi afastado pelo seu partido, o ANC, antes de terminar o mandato depois de múltiplos escândalos relacionados com corrupção, desde quando era vice-presidente da República.
Zuma está atualmente sob investigação no âmbito de uma comissão que averigua a grande corrupção no Estado sul-africano, chefiada pelo juiz Raymond Zondo.
O ex-chefe de Estado foi substituído no cargo por Cyril Ramaphosa, que era vice-presidente de Zuma.
Ramaphosa afirmou na semana passada, perante a 'comissão Zondo' que os membros do ANC envolvidos em corrupção não podem contar com apoio e proteção do partido, no poder na África do Sul desde 1994.
Zuma negou até agora todas as acusações afirmando ser uma 'caça às bruxas' política do partido no poder, o ANC, na altura liderado por Thabo Mbeki, que governou o país entre 1999 e 2008.
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