"Saudamos este anúncio e qualquer medida que permita aos afegãos obterem uma pausa na violência. Exortamos os talibãs a prolongarem o cessar-fogo e ordenaram uma redução significativa da violência", disse perante os 'media' o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
Ao início da tarde, o Presidente afegão Ashraf Ghani tinha já ordenado às forças armadas que respeitem o cessar-fogo de três dias decretado pelos insurgentes talibãs para o Aid el-Fitr.
Um comunicado da Presidência afegã refere que Ghani pediu às forças de segurança que "respeitem o cessar-fogo" anunciado previamente pelos talibãs.
O Presidente também voltou a exortar os insurgentes a anunciarem uma trégua permanente para pôr termo ao conflito, segundo a mesma fonte.
Antes do comunicado presidencial, os talibãs tinham anunciado um cessar-fogo após um recrudescimento da violência e num momento em que os Estados Unidos se preparavam para a retirada das suas tropas do Afeganistão.
O país regista uma vaga de violência desde 01 de maio, a data na qual Washington deveria ter iniciado a retirada da totalidade dos seus 2.500 soldados ainda presentes no país asiático.
Hoje, pelo menos 11 pessoas foram mortas após a explosão de uma bomba à passagem de um autocarro na província de Zabul (sul), algumas horas antes do anúncio emitido pelos talibãs, anunciou o Ministério do Interior.
No sábado, registou-se o atentado mais mortífero desde há um ano, frente a uma escola para raparigas de Cabul em que pelo menos 50 pessoas morreram, na maioria alunas, e uma centena ficou ferida numa série de explosões.
Na manhã de hoje, e segundo um comunicado, os talibãs ordenaram aos combatentes para "cessarem todos os ataques contra o inimigo em todo o país do primeiro ao terceiro dia do Aid", a festa cuja data é fixada pela posição da lua.
Em 2020 os talibãs já tinham declarado um cessar-fogo por ocasião das celebrações muçulmanas.
Na generalidade, o Governo responde ao decretar em simultâneo um cessar-fogo, mas Abdullah Abdullah, o negociador do Governo que mantém contactos com a liderança talibã, considerou que o país necessita de um cessar-fogo permanente.
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