"As comemorações do 12 e 13 de maio coincidem em França com a comemoração de um dia feriado, que é a ascensão do Senhor. Estas duas festas vamos vivê-las em simultâneo, mas com esta limitação não podemos fazer a habitual e muito querida vigília no dia 12 à noite com a procissão das velas", lamentou Nuno Aurélio, reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Paris.
Assim, a comunidade portuguesa vai poder reunir-se no dia 13 de maio de manhã, com uma missa às 09h30 e outra às 11h00 onde haverá a tradicional procissão do adeus, seguindo todas as regras sanitárias.
O recolher obrigatório em vigor em França desde as 19h00 não veio só perturbar as celebrações do culto mariano, mas tem também impedido outras atividades desta igreja lusa na capital francesa.
"A catequeses e as festas da catequese estão paradas", indicou o padre português.
Entre os diferentes protocolos sanitários aplicados aos lugares de culto em terras gaulesas desde o início da pandemia, Nuno Aurélio constata que entre a comunidade há "pessoas ainda muito relaxadas" e outras que vivem "muito marcadas pelo medo".
"O nosso papel é sempre a procura do bem comum e transmitir confiança a quem vive esta experiência, que não afeta apenas fisicamente, mas socialmente, emocionalmente e espiritualmente as pessoas. Esses danos que não são imediatamente visíseis, começam a manifestar-se", sublinhou.
O pároco de Paris considera ainda que a interrupção de certas atividades, como a frequentação da igreja ou outros momentos chave da vida da comunidade tem "um preço emocional".
"Hoje estamos mais desligados, já que há menos contactos físicos e presenciais", concluiu.
O Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Paris mantém as suas atividades durante o dia, organizando missas, onde os crentes têm um banco de intervalo, distância entre os lugares sentados e ainda gentes de segurança que ajudam a que não haja cruzamentos dentro da igreja.
Tal como outros pontos de convívio, a igreja em França aguarda agora o novo protocolo de desconfinamento elaborado pelo Governo que deve ser conhecido já a partir de 19 de maio, quando os franceses vão regressar às esplanadas, museus ou cinemas.
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