"Pedimos o fim da escalada de tensões, do conflito e das mortes de civis, mas o único que tem capacidade para pressionar Israel neste momento são os Estados Unidos. Há muito que a Europa não tem" essa capacidade, garantiu Josep Borrell, num fórum organizado pelo Instituto Real Elcano.
Borrell considerou que, por mais que se insista na solução de dois Estados, que é a posição oficial das Nações Unidas e da União Europeia (UE), "a cada dia que passa essa solução é mais difícil, se é que ainda existe".
Segundo o alto representante da UE, "o mundo olhou para o outro lado durante alguns anos e quis esquecer o conflito entre Israel e Palestina, mas o problema continua e o que está a acontecer é a manifestação do desespero do povo palestiniano, que não vê nenhuma saída viável para sua situação".
Borrell defendeu que a contribuição financeira e humanitária de Bruxelas não seja menosprezada, referindo que, sem isso, "a situação seria muito pior", mas reconheceu que "não é o que resolve o problema".
A atual escalada de violência, a pior dos últimos anos e que teve início na segunda-feira, já resultou na morte de mais de 83 palestinianos em Gaza, 17 dos quais crianças, devido a bombardeamentos do exército israelita.
Em Israel, sete pessoas - incluindo uma criança e um adolescente - também foram mortas por foguetes disparados pelo Hamas na Faixa de Gaza.
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