Gabão e Costa Rica pedem acordo para combater crimes contra vida selvagem
O Gabão e a Costa Rica apelaram hoje para um novo acordo internacional das Nações Unidas para combater o crime transnacional relacionado com espécies selvagens, lutar contra a sua extinção e prevenir pandemias.
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Mundo Vida selvagem
Os dois países apoiaram uma campanha da iniciativa End Wildlife Crime para o combate aos crimes contra a vida selvagem -- que reúne organizações não-governamentais (ONG), associações e personalidades -- com o objetivo de fazer campanha junto das Nações Unidas para a criação de um quadro jurídico internacional mais vinculativo e repressivo.
"O crime contra a vida selvagem é uma ameaça à saúde humana e animal, leva à extinção de muitas espécies e degrada ecossistemas inteiros", escreveu o Presidente gabonês, Ali Bongo Ondimba, numa declaração conjunta com o seu homólogo da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada, citada pela agência France-Presse (AFP).
O chefe de Estado gabonês assinalou que "o mundo continua a sofrer as consequências de uma pandemia que, muito provavelmente, provem da vida selvagem", referindo-se à covid-19.
"Dizem-nos que há centenas de milhares de novos vírus que podem passar da vida selvagem para os humanos", alertou.
Os dois países estão a exercer pressão sobre outros Estados para a introdução de um quarto protocolo no âmbito da Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional, sendo que este seria específico para a luta contra o tráfico ilegal de animais selvagens.
Os três protocolos já existentes, da chamada Convenção de Palermo, de 2000, abordam o tráfico de pessoas, o contrabando de migrantes e o fabrico ilícito e tráfico de armas de fogo.
A conselheira científica da Agência Nacional de Parques Nacionais do Gabão, Aurélie Flore Koumba Pambo, disse à Efe que as autoridades gabonesas estão agora a "entrar numa fase de negociações nas Nações Unidas para que a maioria dos países adiram a este protocolo".
"É um grande passo à escala mundial na luta contra o crime contra a vida selvagem", sublinhou, acrescentando que "será um instrumento juridicamente vinculativo para os países que aderirem".
Os chefes de Estado gabonês e costa-riquenho assinalaram que "é tempo de tratar os crimes contra a vida selvagem como os crimes graves e altamente destrutivos que são".
Em outubro de 2020, para evitar a multiplicação de pandemias como a covid-19, especialistas das Nações Unidas pediram uma redução da pegada humana na natureza, incluindo através da redução da desflorestação e do comércio de animais selvagens.
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