Espanha vai "enviar de volta todos os que entraram de forma irregular"
A ministra dos Negócios Estrangeiros espanhola convocou hoje a embaixadora de Marrocos em Espanha para lhe expressar desagrado pela entrada maciça de migrantes em Ceuta, onde o primeiro-ministro já chegou para "restaurar a ordem".
© Reuters
Mundo Ceuta
A chefe da diplomacia espanhola, Arancha González Laya, manifestou o "desejo" do Governo de "olhar para o futuro" e "evitar que atos como estes [a entrada ilegal de migrantes no território] se repitam e reiterou "o compromisso de enviar de volta todos os cidadãos que entraram de forma irregular" em Espanha.
Em declarações aos jornalistas, Laya destacou também que a Espanha deseja manter "relações de boa vizinhança" com Marrocos, mas não aceitou perguntas e não fez referência à presença em Espanha do líder da Frente Polisário, Brahim Gali, internado num hospital espanhol devido à covid-19.
Numa reunião extraordinária do Conselho [europeu] dos Negócios Estrangeiros, onde se discutiu a questão da Palestina e Israel, a ministra informou os homólogos europeus da situação na fronteira de Ceuta, o que tem suscitado "grande preocupação" nos seus colegas, com os quais concordou manter um diálogo sobre questões de migração em reuniões futuras.
"Esta é uma fronteira comum à União Europeia e como todos sabem, a imigração é uma questão muito sensível dentro da UE", afirmou Laya, que expressou também "total prontidão" de Espanha para manter uma relação de "vizinhos e amigos" com Marrocos.
Por seu lado, o Governo marroquino chamou hoje para consultas a sua embaixadora em Madrid, Karima Benyaich, pouco depois de ter sido convocada à sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol.
Ainda hoje, o Conselho de Ministros de Espanha aprovou uma ajuda de 30 milhões de euros ao Ministério do Interior marroquino em matéria de cooperação policial, uma contribuição para o trabalho na luta contra a imigração ilegal e o tráfico de migrantes.
O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, explicou, em conferência de imprensa, que este montante já se encontra orçamentado e faz parte das políticas de coordenação e cooperação que o Executivo mantém, não só com Marrocos, mas com todos os países de origem e trânsito de pessoas migrantes.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, chegou hoje ao enclave de Ceuta, onde mais de 8.000 migrantes entraram de forma ilegal desde segunda-feira a partir de Marrocos, segundo o Governo.
Sánchez, que também deve viajar ao outro enclave espanhol na costa marroquina de Melilha, tinha prometido, antes de deixar Madrid, "restaurar a ordem" em Ceuta, onde este fluxo de migrantes acontece durante uma grande crise diplomática entre Espanha e Marrocos.
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