Apesar de relutante em repatriar jihadistas da Síria, o governo dinamarquês tomou esta decisão após o relatório de uma comissão encarregada de estudar as condições de repatriamento, num caso que divide as capitais europeias.
"A situação em matéria de segurança humanitária nos campos deteriorou-se. Isto é particularmente verdade no campo al-Hol, onde há escassez de alimentos e de cuidados médicos", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Jeppe Kofod, numa conferência de imprensa.
Estes 19 filhos de pais dinamarqueses, ou dinamarqueses de nascimento, têm entre um e 14 anos de idade. Estão atualmente nos campos al-Hol e Roj na Síria, controlados por forças curdas.
A situação humanitária e a possível radicalização das crianças levaram recentemente elementos da maioria parlamentar a forçar o governo, que se tinha anteriormente oposto à intervenção, a mudar a sua posição.
No entanto, enquanto o primeiro-ministro, Mette Frederiksen, reafirmou em março que os pais não seriam repatriados, a decisão de hoje de repatriar três mães marca um novo ponto de viragem.
Estas "mulheres devem ser punidas o mais severamente possível quando chegarem à Dinamarca", disse o ministro da Justiça, Nick Haekkerup.
Segundo o serviço de inteligência dinamarquês, PET, as mães enfrentam agora acusações de "terrorismo" no seu regresso ao reino escandinavo de 5,8 milhões de pessoas.
Segundo o PET, pelo menos 160 pessoas deixaram a Dinamarca para lutar na Síria ou no Iraque. Cerca de um terço deles morreram na zona de conflito, 32 ainda lá estão e cerca de metade regressou à Dinamarca ou mudou-se para outro país.
A Bélgica anunciou, no início de março, a sua intenção de "fazer tudo" para repatriar cerca de 30 crianças belgas da Síria.
Em dezembro, a Alemanha e a Finlândia tinham anunciado que tinham repatriado 18 crianças e cinco mulheres do norte da Síria, algumas das quais enfrentavam processos judiciais nos seus países por pertencerem ao grupo do Estado Islâmico.
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