Blinken desloca-se presencialmente para preservar cessar-fogo
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, viaja ainda hoje para o Médio Oriente para pressionar israelitas, palestinianos e outros atores regionais a solidificar o cessar-fogo alcançado na semana passada em Gaza.
© Getty Imagens
Mundo EUA
Washington, 24 mai 2021 (Lusa) -- O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, viaja ainda hoje para o Médio Oriente para pressionar israelitas, palestinianos e outros atores regionais a solidificar o cessar-fogo alcançado na semana passada em Gaza.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que Blinken parte ainda hoje para uma curta visita a Israel, Cisjordânia, Jordânia e Egito, para reuniões presenciais ao mais alto nível, depois de o Governo norte-americano ter sido severamente criticado pela sua resposta inicial ao conflito que já dura há duas semanas.
Blinken leva na bagagem o plano para estabelecer as bases para um eventual regresso das negociações de paz no conflito israelo-palestiniano há muito tempo congeladas, ao mesmo tempo que procura assegurar a continuidade do cessar-fogo conseguido na passada semana.
O Governo tem sido fortemente criticado pela sua resposta inicial ao conflito, considerada pouco interventiva, e no Congresso os seus aliados democratas exigiram que o Presidente adotasse uma linha mais dura contra Israel e a resposta dada ao disparo de foguetes por parte do movimento islâmico Hamas.
Em resposta, o Governo dos EUA respondeu que estava apostado numa "diplomacia intensa, mas silenciosa", para conseguir um cessar-fogo que travasse a escalada de tensões na região.
O cessar-fogo acabou por ser conseguido, sobretudo através da ação diplomática do Egito e da Jordânia, que lideraram o processo e continuam os contactos com as partes, para evitar um novo surto de violência.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, e o seu homólogo egípcio, Sameh Shukri, deram hoje uma conferência de imprensa conjunta em que confirmaram que estão em contacto próximo com todas as partes, incluindo o movimento Hamas, apesar do mau relacionamento deste grupo islâmico com as autoridades jordanas desde 1999.
"O nosso objetivo é servir a Palestina e oferecer o nosso apoio aos palestinianos", sublinhou Safadi, apontando ainda a necessidade de manter pressão internacional para garantir a manutenção do cessar-fogo que entrou em vigor na manhã de sexta-feira.
Shukri denunciou ainda as intenções de Israel de expulsar os residentes palestinianos do bairro de Seij Yarrah, em Jerusalém Oriental, dizendo temer que esse gesto possa voltar a fazer eclodir mais episódios de confronto.
"A questão de Jerusalém é uma questão fundamental para uma solução definitiva" no conflito entre palestinianos e israelitas, explicou o chefe da diplomacia egípcia, acrescentando que o seu país está empenhado na criação de um Estado palestiniano com capital em Jerusalém Oriental.
Egito e Jordânia têm acordos de paz com Israel desde 1979 e 1994, respetivamente, e são interlocutores centrais no processo de paz entre as duas partes.
A recente escalada do conflito destacou a necessidade de um regresso às negociações políticas, para evitar novos surtos de violência.
O último ciclo de violência entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que controla Gaza, causou 248 mortos, incluindo 66 crianças, no enclave palestiniano, e 12, incluindo uma criança e uma adolescente, em território israelita.
Os combates começaram em 10 de maio, após semanas de tensões entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo.
O conflito israelo-palestiniano remonta à fundação do Estado de Israel, cuja independência foi proclamada em 14 de maio de 1948.
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