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ONG denuncia "escalada da repressão" na Argélia antes das legislativas

Uma organização não-governamental ligada à defesa dos Direitos Humanos na Argélia denunciou hoje a existência de "uma escalada da repressão" no país em plena campanha eleitoral para as legislativas de junho, rejeitadas pelo movimento de contestação local Hirak.

ONG denuncia "escalada da repressão" na Argélia antes das legislativas
Notícias ao Minuto

18:18 - 24/05/21 por Lusa

Mundo Argélia

"Ao recorrer à escalada da repressão, que atinge o Hirak (...), o Governo mostra o fracasso do seu roteiro político e a sua incapacidade para oferecer uma solução para a crise que abala o país", disse Saïd Salhi, vice-presidente da Liga Argelina para a Defesa dos Direitos Humanos (LADDH), em declarações à agência noticiosa AFP.

Segundo Salhi, pelo menos 62 pessoas foram presas na passada sexta-feira em sete 'wilayas' (divisões administrativas do território) por participarem em marchas de protesto ou em tentativas para organização desse género de iniciativas.

Nove dos manifestantes já foram, entretanto, condenados por um tribunal de Skikda (nordeste) a um ano de prisão, enquanto outros 24 foram colocados sob guarda de diversos tribunais, estando os demais a aguardar depois de ter sido prolongado o período da detenção provisória. 

"As eleições legislativas já perderam toda a credibilidade e legitimidade pelo facto de ocorrerem num cenário de combate à democracia e aos órgãos de comunicação social, de bloqueio do espaço público e ainda do sufoco da liberdade de expressão", acrescentou Salhi.

Segundo o vice-presidente da LADDH, a Argélia está a viver "uma deriva autoritária preocupante", ao mesmo tempo que estão a ser "ameaçados os ganhos democráticos" conquistados mesmo antes da queda de Abdelaziz Bouteflika, Presidente argelino deposto em abril de 2019.

A 09 deste mês, com a aproximação das legislativas, o Ministério do Interior argelino decidiu obrigar os organizadores das marchas Hirak a "declarar" previamente as manifestações às autoridades, o que equivale a bani-las de facto. 

Desde então, as marchas foram impedidas em Argel e o número de ativistas presos aumentou.

Nascido em fevereiro de 2019 da rejeição de um quinto mandato do presidente Bouteflika, o Hirak defende uma mudança radical no sistema político em vigor desde a independência em 1962. 

Por seu lado, o Governo defende que respondeu às principais exigências dos manifestantes "em tempo recorde" e qualifica os militantes Hirak como um "magma contrarrevolucionário".

Leia Também: Argélia: Prisão efetiva para 31 manifestantes detidos na sexta-feira

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