"É muito difícil avaliar-me a mim próprio no âmbito destas negociações, obviamente que o papel da Comissão é o de funcionar como mediador, facilitador e não me parece que esse papel possa ser exercido com total neutralidade, uma vez que há objetivos a atingir", disse, em conferência de imprensa no final do Conselho de Agricultura da União Europeia (UE).
Wojciechowski respondia a afirmações do presidente da Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu (PE), Norbert Lins, que pediu uma análise "nos próximos dias e semanas" ao papel de moderador do executivo comunitário, defendendo que pode ser melhorado.
"A reforma da PAC é uma proposta da Comissão, o Pacto Ecológico e a Estratégia do Prado ao Prato, bem como as propostas no âmbito da biodiversidade, são da autoria da Comissão, o Parlamento aceitou e os Estados-membros também viram com bons olhos aquilo que nós propusemos", disse o comissário.
"Alguém pode ficar com uma ideia errada da situação, mas reitero que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para chegar a um acordo, respeitando a posição de todas as partes", acrescentou ainda, adiantando que o seu papel é também o de fornecer todas as informações e dados necessários "para que a melhor decisão possível seja tomada".
As negociações para um acordo entre o PE e o Conselho da UE, sob presidência portuguesa, sobre a nova PAC 2021-2027 foram hoje interrompidas pela presidência portuguesa do Conselho da UE pela impossibilidade de se chegar a um acordo.
A ministra Maria do Céu Antunes comprometeu-se em recomeçar na segunda-feira os trabalhos com vista a um acordo em junho.
No próximo mês estão marcados dois conselhos de agricultura, sendo apenas no formal, em 28 e 29, no Luxemburgo, se poderá fechar a negociação.
A reunião informal de 14 e 15 de junho será uma oportunidade para se fazer um balanço da situação e haver uma troca de informações entre os 27.
A nova PAC estará em plena execução em 01 de janeiro de 2023, vigorando este ano e no próximo um regulamento transitório.
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