Alemanha destina cinco milhões para estudos sobre sintomas persistentes
O Ministério da Educação e Investigação alemão destinará cinco milhões de euros para apoiar estudos sobre sintomas persistentes em pacientes que foram infetados pelo novo coronavírus, que atualmente representam entre 360.000 e 500.000 pessoas na Alemanha.
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Mundo Covid-19
A ministra da Educação e Investigação, Anja Karliczek, sublinhou hoje, durante uma conferência de imprensa, a importância de decifrar os sintomas pós-covid-19, sobre os quais ainda não existem conhecimentos suficientes, para poder tratar os doentes da melhor forma possível.
O objetivo do financiamento das investigações é aumentar os conhecimentos nesta matéria - a partir dos dados científicos já disponíveis -, destinando-se principalmente a grupos de investigação interdisciplinares com acesso a pacientes, dados e exames.
A ministra alemã deu como exemplo de informação disponível os dados recolhidos por uma rede de 36 clínicas universitárias, financiadas com 150 milhões de euros pelo Ministério, e que já tem entre os seus projetos um dedicado aos sintomas persistentes da covid-19.
Anja Karliczek garantiu que a Alemanha está no caminho certo para superar a pandemia com números que refletem uma tendência positiva, mas sublinhou que há um número "considerável" - o de pacientes com sintomas persistentes - que continua a causar grande preocupação.
A Alemanha totalizou 3.681.126 casos positivos desde o início da pandemia, dos quais 10% dos pacientes estão a lutar com complicações pós-covid-19, ou seja, com sintomas que duram mais de três meses, disse a responsável alemã.
O que é "traiçoeiro" nos sintomas pós-covid-19 é que aparecem independentemente de como cada paciente superou a infeção, com um quadro clínico sério ou com poucos ou nenhum problema, acrescentou.
Os sintomas são muito individuais e muito diferentes, de "natureza multifatorial", como cansaço extremo, dor de cabeça, falta de ar e problemas de concentração, entre os cinquenta já observados em pacientes, especificou a ministra.
Stefan Schreiber, diretor da Clínica de Medicina Interna e do Instituto de Biologia Molecular da Clínica Universitária de Schleswig-Holstein, declarou que não é a sequela de um vírus do qual o paciente ainda não se recuperou, mas sim "um novo quadro clínico próprio".
Schreiber destacou que pouco mais de 10% revelam "consequências graves" seis a nove meses após a recuperação do novo coronavírus e que hoje representam entre 360 mil e 500 mil pessoas, às quais mais serão acrescentadas nos próximos meses.
"Temos poucas respostas a oferecer" e "temos a obrigação, também como cientistas, de responder sobre como agir diante de uma doença que está a ser gerada", acrescentou.
A ministra alemã alertou ainda que as sequelas deixadas pela covid-19 terão "enormes consequências" no sistema de saúde, também em termos de custo económico.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.543.125 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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