Foi aberta uma investigação ao caso de um detento que está há décadas no corredor da morte na sequência de um quádruplo homicídio pelo qual se suspeita que tinha sido incriminado, noticia o Washington Post.
O governador democrata Gavin Newsom, do estado da Califórnia, assinou a ordem executiva que abre uma investigação independente ao caso do afro-americano Kevin Cooper, que diz ser inocente há décadas.
Cooper, agora com 63 anos de idade, foi detido em 1983 pelo homicídio de um casal, da sua filha de 10 anos e de uma outra criança, de 11 anos, numa casa em Chino Hills, no mesmo estado. Em 1985, foi condenado à morte, tendo perdido todos os recursos que interpôs desde então.
O governador indicou que autorizou a investigação depois de terem sido pedidas novas análises de ADN, cujos resultados geraram reações contraditórias por parte da equipa de defesa do condenado e por parte do procurador do condado de San Bernardino.
Os factos referem-se a crime de extraordinária violência cometido a 5 de junho de 1983. Bill Hughes foi a casa de um vizinho para recolher o seu filho, Christopher, de 11 anos, que tinha passado a noite com o seu amigo. Bill encontrou o seu filho, os seus vizinhos, Doug e Peggy Ryen, assim como a filha deles, Jessica, de 10 anos, sem vida. Todos tinham sido esfaqueados com grande violência, inclusive um outro filho do casal, Joshua Ryen, de 8 anos, que acabou por sobreviver, mesmo com um corte na garganta e uma concussão.
O sobrevivente, Joshua Ryen, indicou nos seus depoimentos que o crime tinha sido cometido por "três homens brancos", tendo os investigadores encontrado fios de cabelo castanhos ou loiros nas mãos de algumas das vítimas, de acordo com o revelado em 2018 no New York Times.
Havia outras indicações de testemunhas que afastavam a hipótese de o crime ter sido cometido por um afro-americano, mas as autoridades de San Bernardino continuaram a focar-se em Kevin Cooper, porque ele tinha fugido da cadeia (onde estava por roubo) antes do crime.
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