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Líbia: Berlim acolhe em 23 de junho segunda conferência de paz

Berlim acolhe em 23 de junho a segunda conferência sobre a paz na Líbia, sob a égide da ONU, e pela primeira vez com a participação do governo de transição líbio, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

Líbia: Berlim acolhe em 23 de junho segunda conferência de paz
Notícias ao Minuto

12:17 - 01/06/21 por Lusa

Mundo Paz

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, convidaram todas as partes implicadas no conflito, assim como todos os países que as apoiam, diz o ministério alemão em comunicado.

Os participantes farão o ponto de situação da transição política na Líbia desde a conferência de 19 de janeiro de 2020 e discutirão "as próximas etapas necessárias a uma estabilização durável", acrescenta o comunicado.

"A atenção será colocada nos preparativos das eleições previstas para 24 de dezembro e a retirada, prevista nos termos do cessar-fogo, das tropas estrangeiras e mercenários da Líbia", escreve ainda o ministério.

Em debate estarão ainda "as medidas que visam unificar as forças de segurança líbias", pode ler-se no comunicado, que precisa que esta conferência visa ser "a expressão do apoio internacional constante à estabilização da Líbia", que vive uma situação de caos desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.

A última conferência, em janeiro de 2020, conquistou "avanços" no sentido da pacificação, culminando com um acordo de cessar-fogo entre as partes em conflito.

O encontro foi então considerado um êxito diplomático de Guterres e do Governo da chanceler Angela Merkel, já que pela primeira vez se sentaram a negociar os 12 principais atores internacionais, incluindo a Rússia, a Turquia, os EUA, o Egito, França e Itália.

Participaram então na capital alemã tanto o presidente do Governo de Acordo Nacional (GAN) líbio, Fayed al Serraj, como o líder do Exército Nacional Líbio (ENL), Khalifa Haftar, apoiado pela Rússia.

A Líbia, rica em petróleo, mergulhou no caos após uma revolta apoiada pela NATO em 2011, que derrubou o ditador de longa data Muammar Kadhafi e dividiu o país entre um Governo apoiado pela ONU em Tripoli e autoridades rivais sediadas no leste do país, cada lado apoiado por uma série de milícias locais, bem como por potências regionais e estrangeiras.

No início deste ano tomou posse o governo de transição do primeiro-ministro Abdelhamid Dbeibah, mais de um mês depois da sua nomeação num complexo processo político patrocinado pela ONU.

O governo provisório tem por missão unir as instituições do país e garantir a transição até às eleições marcadas para 24 de dezembro.

A retirada dos militares estrangeiros e mercenários é um fator central no processo de paz, já que o conflito foi largamente alimentado por potências externas.

Em dezembro, a ONU estimou em cerca de 20.000 o número de mercenários e combatentes estrangeiros na Líbia, incluindo russos, chadianos, sudaneses, sírios, mas também centenas de turcos, ao abrigo de um acordo bilateral entre Ancara e o anterior governo de Tripoli.

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