Em mensagem publicada hoje na rede social o Telegram, o serviço dos guardas-fronteiriços bielorrussos indicou que apenas têm o direito de deixar a Bielorrússia "os cidadãos que possuam um documento confirmando a sua autorização de estada permanente num Estado estrangeiro".
O texto acrescenta que "uma autorização de estada temporária (...) não constitui um motivo para viajar ao estrangeiro".
Em dezembro de 2020 a Bielorrússia adotou restrições sobre as viagens ao estrangeiro, oficialmente no quadro da pandemia do novo coronavírus. Deixar o país por via rodoviária apenas será permitida uma vez em cada seis meses.
"O regime de [Presidente Alexander] Lukashenko limitou severamente o direito dos bielorrussos a viajarem afirmando que alguns motivos não são suficientes para deixar a Bielorrússia", comentou na rede social Twitter Valeri Kovalevsky, conselheiro para os assuntos externos da principal opositora, Svetlana Tikhanovskaia.
"No entanto, a Constituição não prevê qualquer condição", acrescentou, denunciando uma "violação absoluta da lei".
"As viagens por via aérea permanecem livres, mas os possíveis destinos estão limitados desde que a União Europeia interditou o seu espaço aéreo aos aviões bielorrussos, numa reação à detenção de um opositor no aeroporto de Minsk após o desvio de um avião comercial onde viajava.
Algumas dezenas de bielorrussos abandonaram o país nos últimos meses, por vezes atravessando ilegalmente a fronteira, para escapar à vaga de repressão na sequência dos protestos contra a contestada reeleição do Presidente Alexander Lukashenko em agosto de 2020.
A vizinha Lituânia acolheu diversos destes dissidentes, fornecendo-lhes vistos de seis meses para regularizarem a sua situação no país báltico.
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