A Malásia enviou caças na segunda-feira para intercetar aviões de transporte militar chineses, que surgiram na ilha de Bornéu, sobre uma porção do Mar do Sul da China que os dois países reivindicam.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Malásia, Hishammuddin Hussein, designou o exercício como "intrusão" e afirmou que o seu país protestará oficialmente e convocará o embaixador chinês na Malásia.
Um porta-voz da embaixada chinesa em Kuala Lumpur disse que as "atividades fizeram parte de um exercício de rotina para a Força Aérea chinesa e não tiveram como alvo nenhum país".
"De acordo com o direito internacional, os aviões militares chineses podem desfrutar de liberdade de voo" nesta área, argumentou.
Os aviões chineses não entraram no espaço aéreo de um terceiro país, segundo o porta-voz.
Os aviões voaram cerca de 110 quilómetros ao largo da costa de Bornéu e não responderam às tentativas de contacto, o que levou a Malásia a enviar os seus caças, segundo a Força Aérea daquele país.
Os aviões chineses deram meia-volta antes de entrarem no espaço aéreo da Malásia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Malásia disse que a aeronave sobrevoou a Zona Económica Exclusiva do país (ZEE) e descreveu o incidente como "um ataque ao espaço aéreo e à soberania da Malásia".
A China reivindica praticamente todo o Mar do Sul da China e construiu postos militares em pequenas ilhas e atóis na região, apesar dos protestos dos países vizinhos.
Embora as relações entre a China e a Malásia sejam geralmente cordiais, o incidente de segunda-feira ocorreu após o aumento das tensões sobre questões marítimas.
Vietname, Filipinas, Brunei e Taiwan também possuem reivindicações no Mar do Sul da China.
Os Estados Unidos têm também enviado embarcações militares para a região para defender o que designam de liberdade de navegação.
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