As autoridades ainda não têm o número exato de crianças raptadas, apenas sabem que cerca de 200 estavam na escola Salihu Tanko, na cidade de Tegina, na região centro-norte da Nigéria, na altura do ataque, no domingo à tarde.
Segundo um dos funcionários da escola, mais de 100 crianças foram raptadas pelos atacantes, mas várias, com idades entre os 4 e os 12 anos, foram logo libertadas pelos raptores por serem "demasiado pequenas para andar".
"Exorto o Governo a fazer tudo o que for possível para proteger os seus cidadãos e os nossos filhos, acima de tudo", disse Sa'idu Umar, pai de uma das crianças raptadas, à agência de notícias francesa AFP. "Esperamos que as autoridades façam mais para trazer os nossos filhos de volta", acrescentou.
Sentadas fora da escola, várias mães e outros familiares dos alunos aguardam notícias dos filhos, algumas em lágrimas, refere a AFP.
O ataque é o último de uma série de raptos em massa de crianças em idade escolar e estudantes ocorridos nos últimos meses no centro e noroeste da Nigéria.
Sem contar com os alunos raptados no último domingo, pelo menos 730 crianças e adolescentes já foram raptados desde dezembro de 2020.
Estes ataques são realizados por grupos armados, que há uma década aterrorizam as pessoas no centro-oeste e noroeste da Nigéria, pilhando aldeias, roubando gado e levando a cabo raptos em massa de crianças para resgate.
As autoridades nigerianas dizem que estão a negociar para trazer as crianças de volta às suas famílias e em segurança. No entanto, sublinham que se recusam a pagar qualquer resgate.
"Até agora, as autoridades têm feito um bom trabalho, mas queremos que façam mais", disse o pai de outra criança, Muhammed Garba, à AFP.
O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, ordenou às forças de segurança do país que intensifiquem esforços para salvar os alunos.
Além dos raptos em massa, o país mais populoso de África enfrenta imensos desafios de segurança, incluindo ataques terroristas desde há 12 anos, no nordeste da Nigéria, que já mataram mais de 40.000 pessoas.
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