Etiópia: Governo garante que soldados eritreus começam a sair de Tigray
A Etiópia anunciou hoje que os soldados da Eritreia começaram a retirar-se da região etíope de Tigray, onde o conflito com as tropas federais se arrasta há mais de seis meses.
© ASHRAF SHAZLY/AFP via Getty Images
Mundo Tigray
"As autoridades competentes apresentaram um pedido de retirada das forças eritreias e a retirada já começou", disse aos jornalistas Bilene Seyoume, secretária de imprensa do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahemd.
"Temos de deixar este processo desenvolver-se segundo o acordo assinado entre as partes interessadas da Etiópia e da Eritreia", insistiu Bilene Seyoume, apesar de o Governo ter anunciado nos últimos meses o início da retirada das forças da Eritreia, país que faz fronteira com Tigray, sem, no entanto, se ter concretizado.
A porta-voz do primeiro-ministro atribuiu a informação ao Ministério da Defesa, mas não apresentou evidências do início da retirada militar da Eritreia, enquanto os residentes de Tigray afirmam que as forças do país vizinho ainda controlam áreas remotas da região.
Em março, o primeiro-ministro etíope admitiu oficialmente a presença de soldados eritreus em Tigray, mas depois negou que estivessem a ajudar o Governo na luta contra a Frente Popular de Libertação de Tigray (FPLT), o partido no poder naquele território até à sua queda em novembro.
As potências ocidentais, como a União Europeia e os Estados Unidos, têm pressionado repetidamente o Governo etíope a forçar a retirada das forças da Eritreia de Tigray.
Milhares de civis morreram e mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas das suas casas na região, enquanto pelo menos 75.000 fugiram para o vizinho Sudão, segundo dados oficiais.
Cerca de 5,2 milhões de pessoas, 91% da população de Tigray, precisam de ajuda alimentar devido ao conflito, alertou o Programa Mundial de Alimentos da ONU na terça-feira.
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