O anúncio foi hoje feito pelo clérigo, que acentuou ser uma forma de partilhar a responsabilidade pelos crimes cometidos ao longo dos anos no seio da Igreja Católica.
"Para mim, trata-se essencialmente de partilhar a responsabilidade pela catástrofe dos abusos sexuais cometidos por responsáveis da Igreja durante as últimas décadas", justificou Marx, na missiva enviada ao Papa e tornada pública num comunicado.
Na mesma carta, o arcebispo de Munique denunciou um "fracasso institucional ou sistémico" no vasto escândalo que também está a atingir a Igreja Católica Alemã.
Em março, um relatório independente pedido pela Igreja Católica na Alemanha concluiu que 314 menores sofreram violência sexual por parte de 202 membros do clero e leigos entre 1975 e 2018 na diocese alemã de Colónia.
Mais da metade dos abusos envolveram crianças menores de 14 anos, principalmente meninos, indicou o advogado Björn Gercke, durante a apresentação do relatório de cerca de 800 páginas sobre a maior diocese da Alemanha.
O cardeal conservador Rainer Maria Woelki causou alvoroço no ano passado ao recusar-se a tornar público um primeiro relatório, elaborado a seu pedido, por um escritório de advocacia de Munique, alegando violação da proteção de dados.
A decisão exasperou as vítimas, provocou a debandada em massa de fiéis da diocese e a incompreensão dos seus pares.
"É a maior crise que a Igreja já viveu", considerou Tim Kurzbach, presidente do Conselho Diocesano de Colónia, que reúne eclesiásticos e leigos.
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