EUA acusam Ortega de ser ditador depois da detenção de um opositor
A detenção "arbitrária" de um terceiro potencial candidato presidencial opositor na Nicarágua em poucos dias demonstra que o presidente Daniel Ortega é um "ditador", declarou na terça-feira o Departamento de Estado norte-americano.
© Reuters
Mundo Ortega
"A detenção arbitrária do candidato à presidencial Felix Maradiaga, o terceiro dirigente oposicionista a ser interpelado, deve afastar qualquer dúvida quanto ao facto de Ortega ser um ditador", reagiu na rede social Twitter a responsável da diplomacia dos EUA para as Américas, Julie Chung.
"A comunidade internacional não tem outra escolha senão tratá-lo como tal", considerou.
Os EUA já tinham defendido a "libertação imediata" da dirigente da oposição Cristiana Chamorro, em detenção domiciliária desde a semana passada, depois de ter sido acusada de lavagem de dinheiro pelo governo de Ortega.
Um outro candidato às eleições presidenciais, marcadas para novembro, Arturo Cruz, foi interpelado no sábado no aeroporto de Manágua ao chegar dos EUA.
A detenção de Maradiaga, na terça-feira, foi feita depois da sua convocação pela procuradoria, que lhe abriu um inquérito sob a acusação de ações contra a soberania do país e incitação à ingerência estrangeira, indicou Ministério Público.
Felix Maradiaga, de 44 anos, é o pré-candidato da Unidade Nacional (UNAB), uma plataforma composta de organizações da sociedade civil que apoiaram as manifestações de 2018, que exigiram a demissão de Ortega e cuja repressão causou 328 mortos.
Ele é o terceiro opositor e potencial candidato à eleição presidencial de 07 de novembro a ser detido em menos de uma semana, depois da jornalista Cristiana Chamorro, filha da ex-presidente Violeta Chamorro, na quarta-feira, e do Arturo Cruz, no sábado, quando regressava dos EUA, onde foi embaixador do governo de Ortega entre 2007 e 2009.
Chamorro não pertence a qualquer partido, mas é considerada a principal concorrente de Ortega.
O tribunal eleitoral, integrado por magistrados próximos do partido governamental Frente Sandinista de Libertação Nacional, já tinha afastado da competição eleitoral o Partido da Restauração Democrática e o Partido Conservador, um dos mais antigos do país.
Antes da sua detenção, Maradiaga tinha declarado que não tinha "nada a esconder" e negado ter solicitado sanções contra o país, mas sim contra "pessoas que cometeram crimes contra a humanidade".
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