Extrema-esquerda espanhola designa novo líder após saída de Iglesias
O partido espanhol de extrema-esquerda Podemos, membro minoritário do atual Governo de esquerda, deverá designar no domingo Ione Belarra como a nova líder, que substitui Pablo Iglesias, secretário-geral desde a criação deste movimento em 2014.
© Fabian Simon/Europa Press via Getty Images
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Ione Belarra, de 33 anos e atualmente ministra dos Assuntos Sociais, uma personalidade muito próxima de Pablo Iglesias, deverá chegar à liderança do partido que é o herdeiro do movimento contra a austeridade dos Indignados, nascido na sequência dos graves problemas económicos que o país atravessou depois da crise iniciada em 2017.
No entanto, a futura nova líder não será a candidata principal nas próximas eleições parlamentares, previstas para janeiro de 2024, o mais tardar, visto que Iglesias decidiu confiar essa responsabilidade à atual ministra do Trabalho, Yolanda Diaz, membro do Partido Comunista espanhol.
Desde o último domingo e até sábado, os membros do Podemos estão a escolher a pessoa que vai substituir Pablo Iglesias, que anunciou a sua retirada da política a 04 de maio último, depois do fracasso nas eleições regionais de Madrid, ganhas pela direita.
O resultado da votação será anunciado no início da tarde de domingo num congresso do partido em Alcorcón, um subúrbio operário de Madrid, que se realiza já sem a presença de Iglesias.
"Abandono todos os meus lugares, vou deixar a política no sentido da política partidária", disse Iglesias no início de maio, depois de se saber o resultado das eleições regionais de Madrid.
O líder histórico do Podemos foi vice-presidente no Governo minoritário do primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, tendo abandonado o executivo em março passado para concorrer às eleições regionais de Madrid, que se realizaram em 04 de maio último.
Os observadores políticos consideram que não existe qualquer possibilidade de surpresa no congresso do Podemos, visto que Ione Belarra enfrenta dois outros candidatos que são desconhecidos.
Com 35 lugares, o Podemos é agora a quarta força política no parlamento espanhol, depois do Partido Socialista (PSOE), do Partido Popular (PP, direita) e da Vox (extrema-direita).
Este número de representantes é muito inferior aos 69 lugares que o partido obteve quando entrou no Parlamento em dezembro de 2015, que significou, na altura, o fim do sistema bipartidário, segundo o qual durante várias décadas o PSOE e o PP se iam intercalando à frente do Governo central.
O Podemos perdeu cerca de dois milhões de eleitores e desde 2020 o partido tem sido aliado dos socialistas no Governo minoritário dirigido por Pedro Sánchez.
No executivo, que tem vivido com muitos momentos de tensão entre os dois partidos que o formam, a formação liderada por Pablo Iglesias tem impulsionado várias medidas de caráter social, como o aumento do salário mínimo ou a recente reforma que fez com que os trabalhadores independentes das plataformas por internet, tipo Deliveroo, Glovo ou UberEats, fossem equiparados a assalariados.
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