O país, cuja economia é alvo de múltiplas sanções internacionais impostas em resposta aos programas nucleares e de mísseis, há muito que é atingido por graves carências alimentares.
No ano passado, a pandemia da covid-19, bem como tufões e inundações, afetaram significativamente a economia.
Numa reunião plenária do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, no poder, o governante afirmou que a situação económica tinha melhorado, com a produção industrial a subir 2% em relação ao ano anterior, informou a agência de notíciais oficial norte-coreana KCNA.
O líder reconheceu, contudo, que tinha encontrado uma "série de dificuldades" devido a "muitos desafios" pela frente.
"A situação alimentar está agora tensa, uma vez que o setor agrícola não conseguiu cumprir o objetivo de produção de cereais devido aos danos causados pelos tufões no ano passado", disse Kim.
No verão de 2020, milhares de casas e terras agrícolas foram destruídas por tufões acompanhados por inundações.
Kim pediu medidas para minimizar o impacto destas catástrofes naturais, dizendo que assegurar "boas colheitas" era uma "prioridade máxima".
Na reunião, foi discutida a "situação duradoura" da pandemia, de acordo com a KCNA.
A Coreia do Norte foi um dos primeiros países a impor restrições sanitárias rigorosas, incluindo a decisão de fechar as fronteiras com a vizinha China, para impedir a propagação do novo coronavírus.
O regime tem defendido que não foi atingido pela pandemia, algo que muitos especialistas duvidam.
O comércio com Pequim, o principal apoiante económico e diplomático do regime, foi significativamente reduzido.
O isolamento teve um custo económico elevado, ao ponto de Kim ter reconhecido em abril as dificuldades enfrentadas pelo país e apelado aos responsáveis norte-coreanos para "liderarem com uma nova e ainda mais dura 'Marcha Forçada' para ajudar o povo face às dificuldades".
A "Marcha Forçada" é o termo utilizado na Coreia do Norte para a fome dos anos 90 que resultou em centenas de milhares de mortos, na sequência da redução da ajuda de Moscovo após o colapso da União Soviética.
É "muito provável" que a pandemia tenha "agravado" a situação humanitária no país, onde 10,6 milhões de pessoas precisam de ajuda, de acordo uma estimativa do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU.
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