Covid-19: Menos de 25% dos estrangeiros na China vacinados contra o vírus
Menos de 25% dos estrangeiros residentes na China - 200.000 de um total de 845.000 - foram vacinados contra a covid-19, até ao início de junho, informou hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post.
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Segundo o jornal, que cita a Câmara de Comércio dos Estados Unidos em Xangai, a "capital" económica da China, muitos residentes estrangeiros aguardam que o país asiático aprove a comercialização de vacinas estrangeiras, devido às suas dúvidas sobre a eficácia ou o reconhecimento internacional das inoculações desenvolvidas pelas farmacêuticas chinesas.
"Há pessoas que estão à espera para ter a opção de obter uma vacina estrangeira, provavelmente da BioNTech", disse o presidente da Câmara, Ker Gibbs.
"[Os estrangeiros] acreditam que uma vacina estrangeira lhes daria mais flexibilidade ao viajar para a Europa ou Estados Unidos. Mais de 50 países reconheceram que a vacina BioNTech é segura e eficaz", acrescentou.
Em dezembro, a farmacêutica chinesa Fosun Pharma assinou um acordo para importar pelo menos 100 milhões de doses da vacina da BioNtech em 2021, mas está ainda à espera de autorização dos reguladores chineses para a sua comercialização.
O CEO da BioNTech, Ugur Sahin, disse, em abril, que a vacina da empresa obteria a aprovação das autoridades chinesas "o mais tardar em julho".
Por outro lado, o país asiático praticamente fechou as suas fronteiras desde 28 de março do ano passado, mesmo para boa parte dos estrangeiros que têm autorização de residência, e quem chega do exterior deve passar por vários testes de PCR e passar pelo menos 14 dias de quarentena em instalações designadas para esse efeito.
As autoridades sanitárias chinesas comprometeram-se a não reabrir as fronteiras até que o país atinja a imunidade de grupo, para a qual deve vacinar entre 70% e 80% da população, de quase 1.412 milhões de habitantes, o que esperam alcançar até ao final deste ano ou meados de 2022.
A China excedeu já 945 milhões de doses inoculadas, de acordo com os últimos dados oficiais.
Segundo especialistas citados pelo jornal, não há muitos dados sobre a eficácia das vacinas chinesas Sinopharm e Sinovac em áreas com alta incidência de infeções, já que foram introduzidas na China quando o coeficiente de infeções era próximo de zero.
"Somente com ensaios clínicos em ambientes de alta incidência se pode saber se as vacinas são eficazes ou não na redução da transmissão", argumentou Sten Vermund, da Universidade de Yale.
O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China, Gao Fu, admitiu, em abril, que a eficácia das vacinas chinesas não é alta.
Ensaios clínicos em outros países com a vacina Sinovac - uma das quatro aprovadas pela China até agora - mostram resultados diferentes, variando de 50,4%, anunciados pelo Brasil, a 91,3%, pela Turquia.
A empresa atribui esses diferentes níveis de eficácia a fatores como a idade dos participantes do teste ou as diferenças entre as variantes do coronavírus.
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