Irão acusa EUA de "ingerência" pelas críticas às eleições presidenciais
O Governo de Teerão classificou hoje as críticas dos Estados Unidos sobre as presidenciais de sexta-feira como "um exemplo de ingerências" nos assuntos internos do Irão.
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Mundo Teerão
"Ouvimos esses comentários durante anos. Esses comentários são um exemplo de ingerência nos assuntos internos do Irão. Condenamos os comentários", disse o porta-voz do Governo iraniano, Ali Rabii.
O ultraconservador Ebrahim Raissi venceu as eleições presidenciais do Irão na passada sexta-feira.
De acordo com o mesmo porta-voz, as eleições foram uma "visível demonstração de democracia" e Washington não está em condições de comentar o processo eleitoral iraniano.
"Toda a gente sabe que nos Estados Unidos a chamada democracia é defeituosa", acrescentou.
Raissi reagia às declarações do porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, que na segunda-feira disse que o processo eleitoral iraniano foi "pré-fabricado" e que "não foi livre nem justo".
"Aos iranianos foi-lhes negado o direito de eleger os próprios líderes", disse Price, acrescentando que o presidente eleito do Irão "vai ser o responsável pelas graves violações de Direitos Humanos no seu futuro mandato".
Raissi é atualmente chefe da Autoridade Judicial do Irão e toma posse como Presidente em agosto.
O candidato ultraconservador venceu as presidenciais com 61,9% dos votos.
O Presidente eleito do Irão já disse, em conferência de imprensa que não tem vontade de se encontrar com o Presidente dos Estados Unidos, tendo rejeitado acusações sobre violações de Direitos Humanos.
Na primeira conferência de imprensa após as presidenciais, Ebrahim Raissi afirmou na segunda-feira que é um "defensor dos Direitos Humanos" quando questionado sobre o envolvimento nos fuzilamentos de 1988 após o final da guerra contra o Iraque.
Os Estados Unidos e várias organizações não-governamentais ocidentais acusam o novo Presidente do Irão de ter sido responsável por torturas e execuções sumárias.
"Tudo o que eu fiz durante os meus anos de serviço foi sempre orientado no sentido da defesa dos Direitos Humanos", disse Raissi, que ainda dirige a Autoridade Judiciária do Irão.
Raissi fez parte do chamado "tribunal da morte", que condenou à morte prisioneiros políticos na segunda metade dos anos 1980, no Irão.
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