Nyusi quer SADC como "interveniente ativo" na luta contra terrorismo

O Presidente moçambicano defendeu hoje que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) deve ser o parceiro principal de Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, reiterando que a insurgência armada é uma ameaça regional.

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Estevão Chavisso
23/06/2021 11:35 ‧ 23/06/2021 por Estevão Chavisso

Mundo

Moçambique/Ataque

"Nós estamos certos de que teremos a SADC como interveniente ativo e principal nesta luta", declarou Filipe Nyusi, falando durante a abertura da cimeira extraordinária da organização, que decorre em Maputo.

Para o chefe de Estado moçambicano, que é também Presidente em exercício da SADC, os países-membros da organização têm a responsabilidade de defender a sua soberania, garantindo condições para um projeto de desenvolvimento comum.

"Não descansaremos enquanto não encontrarmos a vitoria final: que é a paz e o progresso em cada canto da nossa região".

Filipe Nyusi frisou que o terrorismo é uma ameaça global, um problema que exige uma intervenção conjunta e baseada em outras experiências.

"A nossa análise deve ter em conta algumas células terroristas espalhadas na região, cientes de que garantir o sucesso neste combate contra este flagelo é salvaguardar os nossos valores culturais e socioeconómicos", referiu.

Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com a ONU.

Ainda segundo a ONU, mais de 900.000 pessoas estão sob insegurança alimentar severa em Cabo Delgado e as comunidades de acolhimento estão também a precisar urgentemente de abrigo, proteção e outros serviços.

Integram a SADC 16 Estados: Moçambique, Angola, África do Sul, Botsuana, Zimbabué, Essuatíni, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias Namíbia, Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Comores.

O tema central da cimeira é a resposta e o apoio regional no combate ao "terrorismo", embora também esteja prevista a avaliação dos resultados alcançados na prossecução do lema "SADC: 40 Anos Construindo Paz e Segurança e Promovendo Resiliência Face aos Desafios Globais".

Além de chefes de Estado e quadros dos governos da região, o evento conta com a presença do Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, que é também presidente em exercício da União Africana.

Leia Também: Moçambique quer depender menos de exportações de matérias-primas

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