Mais de 24 depois de um edifício em Surfside, perto de Miami, ter colapsado parcialmente, as equipas de emergência prosseguem com os trabalhos de busca por sobreviventes no meio dos destroços. 99 pessoas continuam desaparecidas. Pelo menos uma pessoa morreu e 11 pessoas ficaram feridas na sequência do colapso.
Num vídeo publicado no Twitter, os bombeiros de Miami-Dade procuram sobreviventes no parque de estacionamento do edifício colapsado, o Champain Towers South Condo.
As equipas de emergência que estão no local ouviram sons de pancadas, mas não ouviram vozes provenientes dos destroços. Como se pode constatar pelas imagens, as condições que as equipas de emergência enfrentam são difíceis devido aos danos no edifício.
Dave Downey, antigo chefe dos bombeiros de Miami-Dade, explicou à CNN que o departamento tem “um processo estabelecido” para lidar com um colapso. “Eles estão a fazer o que chamamos de busca no vazio. Estão sistematicamente a verificar os escombros à procura de qualquer indicação de vida”, disse Downey.
O antigo chefe dos bombeiros de Miami-Dade afirmou ainda que as equipas de resgate não estão a usar equipamento pesado, como gruas, porque as autoridades estão preocupadas com a integridade estrutural dos destroços.
“Temos parte de um edifício que que não colapsou, que não está suportada. Há muitos destroços pendurados dessa parte do edifício. E por isso as equipas de resgate estão em tremendo perigo em algumas das áreas onde estão a trabalhar. Tem de ser um processo muito metódico”, sublinhou Dave Downey.
Edifício foi inspecionado e não foi considerado instável
O comissário de Surfside, Charles Kesl, mantém a esperança de que vão ser encontrados mais sobreviventes, apesar das perspetivas negativas.
“Realisticamente, não sei quantas pessoas ou se alguém vai ser resgatado, encontrado vivo”, começou por admitir em declarações à CNN. “É possível que não haja sobreviventes, ou então haver muitos, mas eu continuo esperançoso.
Kesl mostrou-se ainda mais frustrado com o colapso parcial do prédio, porque já estava a ser alvo de uma inspeção de engenheiros como parte do processo de recertificação de 40 anos.
“Embora esteja familiarizado com a avaliação que foi feita como parte do plano para os próximos 40 anos, não houve qualquer indicação de que o edifício fosse instável… quanto mais que corresse o risco de um colapso catastrófico como este”, referiu o comissário da cidade de Surfside.
Charles Kesl alertou ainda para a urgência da investigação deste colapso, para o caso das autoridades encontrarem alguma causa que torne necessário inspecionar alguns dos outros condomínios junto à costa.
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