"Os chineses sentem-se agora muito confiantes em (...) construir um grande país socialista moderno", aponta o Global Times, jornal em língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC.
O único partido do poder na China celebrou na quinta-feira cem anos desde a sua fundação, com uma cerimónia na Praça Tiananmen, em Pequim, e avisos de que a China não se deixará intimidar.
Quem tentar parar o país vai acabar com a "cabeça partida e o sangue derramado perante a Grande Muralha de ferro constituída por 1,4 mil milhões de chineses", avisou o Presidente chinês, Xi Jinping.
A data coincide com um período de crescentes tensões com o Ocidente, em torno do comércio, tecnologia, a soberania do Mar do Sul da China ou o estatuto de Taiwan e Hong Kong.
Em editorial, o Global Times escreve que as "conquistas do povo chinês sob a liderança do Partido e a bela visão do desenvolvimento futuro da China estão a aumentar o sentido de crise entre algumas elites ocidentais".
"Enquanto falam mal da China, eles estão preocupados porque sentem que o desenvolvimento da China continuará a ser imparável", realça.
Placas e atividades comemorativas vincaram o papel do Partido na ascensão da China, desde a fundação da República Popular, em 1949, até às reformas económicas que permitiram ao país converter-se na segunda maior economia mundial.
As políticas desastrosas que marcaram o maoismo, como o "Grande Salto em Frente", a campanha de coletivização e industrialização lançada em 1958 que causou milhões de mortos, ou a Revolução Cultural, que mergulhou o país numa década de caos e isolamento, foram omitidas, assim como outros episódios suscetíveis de abalar a legitimidade do PCC.
Até ao centenário da fundação da República Popular, em 1949, o PCC estipulou como meta a ascensão do país a nível militar, tecnológico e na influência na governação das questões internacionais.
Para o Global Times, no entanto, o "sucesso" da governação comunista é um sinal de que a "abordagem ocidental não é universal".
"Percebemos que podemos estar a criar uma nova forma de civilização. Agora, é o Ocidente que mostra a sua falta de confiança no seu caminho, enquanto a China está gradualmente começar a ganhar vantagem na batalha pela confiança", sublinha.
O jornal considera que com "muitos fatores favoráveis sob o [seu] controlo, a China pode prever o futuro com segurança".
"A China será a vencedora final", conclui.
Leia Também: Covid-19. China soma 18 novos casos, todos oriundos do exterior