Merkel reconhece que adesão dos Balcãs Ocidentais à UE ainda está longe
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje que "ainda há muito a fazer" para que os seis países dos Balcãs Ocidentais que ainda não integram a UE o possam vir a fazer, apesar dos progressos dos últimos anos.
© Getty
Mundo Angela Merkel
Merkel fez as observações no final da cimeira virtual que realizou como anfitriã, no âmbito do Processo de Berlim nos Balcãs Ocidentais, juntamente com os líderes da Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Macedónia do Norte, Montenegro e Sérvia, como bem como com outros parceiros europeus e representantes da Comissão Europeia.
A chanceler destacou que o objetivo de adesão à UE é valioso para esses países, mas destacou que a sua incorporação também é interessante para a própria comunidade.
"A UE está interessada em fazer avançar o processo, a reconciliação e a cooperação entre os países", explicou a chefe do Governo alemão, dizendo que os 27 têm vontade de acolher os países dos Balcãs Ocidentais, nomeadamente por "razões geoestratégicas".
No sábado passada, a chanceler já tinha dito que está convencida de que o futuro desses países, no curto ou longo prazo, será fazerem parte de "uma Europa unida".
"Os parceiros da UE estão totalmente interessados numa evolução pacífica e positiva nos Balcãs Ocidentais. E temos a responsabilidade de também nos envolver na prática", explicou Merkel.
Neste sentido, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu na reunião que a sua "primeira prioridade" é "acelerar a agenda do alargamento" e apoiar os países dos Balcãs Ocidentais "nos seus trabalhos para concretizar as reformas necessárias para que integrem a via europeia ".
Na sua intervenção, o comissário europeu para o Alargamento, Olivér Várhelyi, centrou-se na vertente económica, apostando na "redução do fosso socioeconómico" entre os Balcãs Ocidentais e a UE, através de investimentos e da criação de um mercado comum regional baseado na comunidade.
No final do encontro, numa conferência de imprensa, Merkel reconheceu as diversas dificuldades para a estabilidade da região e para a incorporação dos seis países na UE, citando os atritos deixados pelos conflitos militares, a situação atual na Bósnia-Herzegovina, a corrupção, os problemas entre a Sérvia e Kosovo, as diferenças entre a Bulgária e a Macedónia do Norte e a relutância de alguns parceiros da comunidade numa nova extensão da UE.
"É preciso muita paciência e sentido de compromisso", disse Merkel, observando que alguns desses seis países gostariam de progressos mais rápidos.
Apesar de reconhecer as muitas dificuldades, a chanceler alemã também lembrou que foram abertos diversos canais nas negociações entre os países dos Balcãs Ocidentais e a UE, apontando vários sucessos recentes, como fim das tarifas de 'roaming' ou intercâmbios escolares.
Merkel aproveitou ainda para anunciar que as vacinas chegarão em breve à região, em parte porque 10% dos 30 milhões de doses que a Alemanha vai doar ao mecanismo redistributivo global Covax irão para os Balcãs Ocidentais.
Merkel lançou as cimeiras anuais de líderes europeus com os seus homólogos dos Balcãs Ocidentais em 2014, como um mecanismo para contribuir para a estabilização da região, mas também para dar a esses países uma perspetiva de adesão à UE.
Leia Também: Presidente Macron e chanceler Merkel reúnem hoje com Xi Jinping
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com