Tunísia mobiliza Conselho contra enchimento da Barragem do Nilo
A Tunísia entregou aos seus 14 parceiros do Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução pedindo à Etiópia que pare de encher o reservatório da sua polémica barragem no Nilo, denunciada pelo Egito e pelo Sudão.
© Zacharias Abubeker/Bloomberg via Getty Images
Mundo Barragem
Neste projeto, a que a agência France-Presse teve acesso, o Conselho de Segurança pede ao "Egito, Etiópia e ao Sudão que retomem as negociações conforme solicitado pelo presidente da União Africana e pelo secretário-Geral da ONU, a fim de finalizar, dentro de seis meses, o texto de um acordo vinculativo sobre o enchimento e gestão da [Grande Barragem da Renascença da Etiópia] GERD".
O objetivo é "garantir a capacidade da Etiópia de produzir energia hidroelétrica a partir da GERD, evitando infligir danos significativos à segurança hídrica dos estados a jusante", indica o texto.
O texto a ser debatido no Conselho de Segurança da ONU também exorta os três países "a absterem-se de qualquer declaração ou medida que possa prejudicar o processo de negociação" e à Etiópia para parar de "encher unilateralmente o reservatório da GERD".
Na noite de segunda-feira, o Egito anunciou que tinha sido informado por Addis Abeba do início da segunda fase de enchimento da barragem, construída pela Etiópia a montante do Nilo. Por seu turno, o Sudão disse que hoje recebeu a mesma notificação.
A situação poderá agravar a tensão entre os três países, enquanto a Tunísia, membro não permanente do Conselho, onde representa os países árabes, solicitou para quinta-feira uma reunião pública de emergência deste órgão sobre a polémica barragem.
Ainda não foi apresentada data para a votação do projeto de resolução, mas, de acordo com fontes diplomatas, parece difícil que possa ser levado a votação na quinta-feira, durante a reunião do Conselho de Segurança.
A Grande Barragem da Renascença da Etiópia (GERD) tem sido objeto de vários anos de conflito com o Egito e o Sudão, que receiam perder os seus recursos hídricos.
A Etiópia garante que a barragem é vital para atender às necessidades de energia de seus 110 milhões de habitantes e recusa a discussão em torno desta infraestrura ao nível do Conselho de Segurança.
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