Este anúncio surge um dia depois do diplomata estónio ter sido detido pelos serviços federais de segurança russos (conhecidos como FSB) sob a acusação de ter obtido "documentos confidenciais", num contexto de aumento de casos e de suspeitas de espionagem entre Moscovo e o Ocidente.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo precisou ter expressado o seu forte protesto junto da encarregada de negócios da Estónia na Rússia, Ulla Uibo, pelas atividades apontadas a Mart Lätte que, segundo argumentou Moscovo, são "incompatíveis com o estatuto de funcionário diplomático".
Na terça-feira, o FSB informou que tinha detido "em flagrante delito" o diplomata estónio, quando este estava a receber documentos confidenciais da parte de um cidadão russo.
"Tal gesto é incompatível com o estatuto de funcionário diplomático e tem um caráter claramente hostil para com a Rússia. Serão tomadas medidas em relação ao diplomata estrangeiro, em conformidade com as normas do Direito Internacional", referiu, na terça-feira, o FSB.
A diplomacia russa afirmou hoje que existem provas "irrefutáveis" das atividades irregulares do diplomata da Estónia, classificando como "cínica" a postura de Tallinn (Estado-membro da União Europeia), que nega as acusações contra Mart Lätte e que considerou a detenção do representante como "ilegal e provocatória".
As suspeitas e os casos de espionagem entre Moscovo e o Ocidente têm-se multiplicado nos últimos anos, na medida do aumento contínuo das tensões desde a crise no leste da Ucrânia e da anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014.
Em abril, o cônsul da Ucrânia em São Petersburgo, Alexandre Sossoniuk, foi detido pelo FSB por ter tentado obter informações secretas e foi instado a abandonar o território russo.
Por sua vez, a Rússia foi acusada de múltiplos casos de espionagem em vários países europeus, que conduziram à expulsão mútua de diplomatas.
As tensões estão particularmente fortes, na Europa, entre a Rússia e a República Checa, que acusa Moscovo de estar na origem de explosões com vítimas mortais, que destruíram um paiol de munições no seu território, em 2014.
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