"Esperemos que esta cimeira [da CPLP] discuta esse assunto de que Moçambique beneficie de um apoio mais substancial, a nível do apoio moral e diplomático, a nível dos seus parceiros da CPLP", declarou Murargy, diplomata moçambicano de carreira, em entrevista à Lusa.
O antigo secretário executivo apontou o papel de Portugal na mobilização do envolvimento da União Europeia (UE) na formação de militares moçambicanos para o combate aos grupos armados em Cabo Delgado, como exemplo do protagonismo que a CPLP pode ter no fim do conflito no norte do país.
Os ataques armados, prosseguiu, são um bloqueio ao desenvolvimento de Moçambique e fator de desestabilização de toda a África Austral.
Murade Murargy foi secretário executivo da CPLP entre 2012 e 2016, depois de ter servido por longos anos como diplomata moçambicano.
É atualmente conselheiro do Governo da Guiné-Equatorial para Assuntos dos Países da Língua Portuguesa.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com a ONU.
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