Montana, Oregon, Arizona, Idaho, Utah, Novo México, nenhum destes Estados está a ser poupado.
Na Califórnia, os bombeiros inquietam-se com o avanço do designado Dixie Fire (Fogo Dixie), cuja trajetória recorda a do Camp Fire de 2018, tristemente célebre por ter quase riscado a cidade de Paradise do mapa e matado 86 pessoas, no que foi o incêndio mais mortífero dos EUA desde há um século.
As autoridades aconselharam agora os habitantes de localidade vizinhas a sair da zona.
Se 2020 foi o pior ano dos incêndios na história da Califórnia, é cada vez mais provável que 2021 bata este recorde: os fogos já consumiram duas vezes mais vegetação do que no ano passado no mesmo período, segundo os responsáveis de gestão de incêndios.
Mas é no Estado vizinho do Oregon, onde está a cidade de Portland, que os fogos estão a causar mais estragos: o Bootleg Fire, que já queimou uma área equivalente a 130 mil campos de futebol.
"Este fogo vai continuar a reforçar-se: a vegetação extremamente seca e a meteorologia não jogam a nosso favor", deplorou Joe Hessel, que dirige a equipa encarregue de o combater.
Os bombeiros de San Francisco foram enviados para ajudar.
O Bootleg Fire já destruiu 21 habitações e ameaça milhares de outros.
A agência norte-americana de gestão de fogos fez saber que tinha ativado o nível de alerta mais elevado nos EUA, "devido à forte atividade dos incêndios nos EUA e dos recursos afetados a estes braseiros".
Esta foi a primeira vez em 10 anos que este nível de alerta foi declarado tão cedo.
Devido ao fumo proveniente dos fogos florestais, os alertas sobre a qualidade do ar foram lançados do outro lado da fronteira, no Canadá, em particular na Colúmbia Britânica, que já tinha sofrido há três semanas recordes de calor, que alguns consideraram irreais, como os 49,6°C perto de Vancouver.
Na quinta-feira, esta província contava 309 incêndios, dos quais 23 começaram nos últimos dois dias. Um dos maiores estende-se por 40 mil hectares.
As forças armadas canadianas estão a participar, pela primeira vez desde que estes fogos se declararam, nas retiradas de pessoas da Colúmbia Britânica, disse fonte militar à AFP.
Os fogos fazem parte do ciclo natural das florestas do Oeste norte-americano, mas a época dos incêndios começa cada vez mais cedo e acaba cada vez mais tarde. Os cientistas atribuem o fenómeno às alterações climáticas.
Racionamento da água, limpeza de terrenos... Há medidas em curso para evitar que a situação se transforme em uma catástrofe absoluta.
Mas há dúvidas sobre a sua eficácia, uma vez que a zona está presa em um círculo vicioso devastador: os solos áridos e a vegetação ressequida criam as condições propícias para uma subida das temperaturas.
Um mercúrio mais alto, canículas repetidas e a baixa da precipitação constituem um barril de pólvora.
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