Os agentes do CBP registaram "encontros" com 1.119.204 migrantes indocumentados ao longo da fronteira com o México em junho, o número mais elevado em pelo menos uma década.
Nos últimos dez anos, o mês de junho com o maior número de detenções foi 2019, com a chegada de 81.777 migrantes em situação irregular, muito abaixo dos 188.000 do último mês.
Precisamente nesse ano fiscal, que termina em outubro, foram registadas 977.593 detenções, menos 140.000 do que este ano até ao momento.
Em junho de 2020, registou-se um aumento de 4,5% em relação aos números do mês anterior, que tinham sido um recorde histórico em mais de duas décadas, apesar das elevadas temperaturas com que os imigrantes que atravessam a fronteira tiveram de lidar.
"Estamos na estação mais quente do verão e estamos a assistir a um elevado número de chamadas para o CBP sobre migrantes abandonados por contrabandistas em território traiçoeiro, sem qualquer consideração pela vida humana", disse o diretor interino da agência, Troy Miller.
Dos mais de 188.000 migrantes, 103.014 foram de imediato expulsos do país, ao abrigo de uma medida aprovada pela administração do ex-Presidente, Donald Trump, que permite a deportação de migrantes e requerentes de asilo devido à crise de saúde causada pela covid-19.
Dos 1.119.204 detidos até à data este ano, 751.844 foram expulsos ao abrigo do Título 42, que apenas permite aos menores não acompanhados por um dos pais ou tutor legal, e às famílias que viajam com crianças pequenas, permanecerem nos EUA.
A agência explicou que o grande número de deportações contribuiu para aumentar os "encontros", porque muitos migrantes fazem múltiplas tentativas para entrarem no país, o que faz com que o total de detenções ultrapasse o número de pessoas que chegam à fronteira.
Os números de junho incluem 15.253 menores que chegaram à fronteira não acompanhados por um dos pais ou outro adulto por eles responsável, um aumento de 8 % em relação a maio.
Leia Também: Cubanos de Miami preparam expedição de solidariedade com manifestantes