Espera por posse do novo Governo do Irão causa "bastante incómodo"
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disse na segunda-feira que a espera pela tomada de posse do novo Governo do Irão, que paralisou as negociações sobre energia nuclear naquele país, resulta numa "situação bastante incómoda".
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"Há uma série de questões que estamos a tentar esclarecer com o Irão e que temos que esperar para retomar com a nova governação", salientou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, à agência AFP.
O dirigente, que falava durante uma visita ao Rio de Janeiro, no Brasil, realçou que esta é uma "situação bastante incómoda" para aquela agência.
"Não sei sobre os outros [negociadores], mas imagino que prefeririam estar a negociar do que esperar", sublinhou.
"Estamos a navegar à vista, mas temos que estar otimistas (...) devemos esperar. Assim que o novo Governo estiver em condições de trabalhar connosco a sério, teremos que começar o mais rápido possível", acrescentou.
No sábado, fonte do Governo iraniano revelou que as negociações para tentar salvar o acordo nuclear com o Irão de 2015 não serão retomadas até agosto.
"Estamos num período de transição (...) Portanto, as negociações em Viena devem obviamente esperar pelo nosso novo Governo", destacou, através da rede social Twitter, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e chefe da equipa de negociação iraniana, Abbas Araghchi.
Após ter conquistado as eleições presidenciais em junho, o conservador Ebrahim Raïssi deve prestar juramento perante o parlamento em 05 de agosto.
Rafael Grossi destacou ainda que apesar da pausa nas negociações sobre o acordo de Viena, a AIEA tem mantido o diálogo com Teerão sobre as inspeções, devido à "limitação significativa" do acesso às instalações desde fevereiro.
"O Irão tem obrigações para com a agência. Não pode simplesmente dizer paramos [as inspeções]. Eles podem, mas isso desencadearia situações problemáticas", atirou.
O responsável da agência salientou também os dados recolhidos pelas câmaras de vigilância da AIEA, instaladas em certas instalações nucleares, que não são fornecidas em tempo real pelos iranianos desde fevereiro.
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