Biden diz que EUA estão em "competição" com a China
O Presidente Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, reuniu-se na terça-feira com os seus secretários para marcar o primeiro semestre à frente da Casa Branca, referindo que o país está numa "competição" existencial com países como a China.
© Demetrius Freeman/The Washington Post via Getty Images
Mundo Reunião
De acordo com Joe Biden, países como a China "acreditam que o futuro pertence autoritarismo" e que os EUA devem demonstrar que "a democracia pode fazer mais", tanto para inovar, como para lutar contra as alterações climáticas e garantir a prosperidade.
Para garantir a prosperidade, Biden deve apostar, segundo a agência noticiosa AFP, em "gastos faraónicos com estradas, pontes, Internet de alta velocidade, mas também com a saúde, a educação e ao apoio às famílias".
Externamente, envolve reviver alianças tradicionais que foram danificadas durante quatro anos, de 2017 a 2020, de acordo com a AFP.
"Sei que é um discurso chato, mas é importante", disse o Presidente dos EUA, em 07 de julho, nos subúrbios de Chicago, acrescentando que são questões que não fascinam a opinião pública.
Joe Biden apresentou os seus projetos económicos e sociais, enumerando vários exemplos, na ocasião.
"Deve ser muito chato, enfadonho, enfadonho para vocês, sobretudo para os menores de 13 anos", brincou mais uma vez no dia 15 de julho, diante de pais e filhos a quem exibiu uma medida de apoio financeiro às famílias.
Depois da Presidência de Donald Trump marcada por críticas e momentos explosivos, o democrata de 78 anos e o seu gabinete mantêm uma comunicação extremamente controlada.
"Biden está a tentar reverter a seu favor algo que tem sido problemático há muito tempo, com a sua maneira muito erudita de comunicar", disse o professor da Universidade do Kansas e especialista em comunicações presidenciais Robert Rowland.
Joe Biden "tenta projetar a imagem de alguém que é enfadonho, mas competente, e que produz resultados reais".
Diante da imprensa, com raras exceções, o Presidente norte-americano conta com teleponto e anotações e os seus assessores apressam-se em convocar os jornalistas para fazerem questões no final de cada discurso.
Ao contrário de Donald Trump, que adorava fazer monólogos improvisados e enviar 'tweets' raivosos, Biden tem feito um discurso muito institucional nas redes sociais.
"Ouvi-lo pode ser doloroso. Tropeça nas palavras, perde o controlo...", referiu o professor de ciência política da Universidade de Minnesota, Lawrence Jacobs, admitindo que tem "mais segurança quando fala em assuntos externos ou em questões de segurança nacional".
Segundo Lawrence Jacobs, ainda assim, Biden "não subestima o poder retórico de seu cargo", considerando que "seria um erro acreditar que não conseguisse definir o tom".
"Tem um talento especial para confortar as pessoas", acrescentou Robert Rowland.
A taxa de popularidade de Joe Biden encontra-se acima dos 50%, um nível que Donald Trump nunca havia alcançado.
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