Os terroristas "renderam-se ao comité de vigilância na cidade de Kolofata (norte) em duas ondas consecutivas", disse hoje, por via telefónica, o governador da região, Midjyawa Bakary.
Uma fonte militar local, que solicitou o anonimato, também garantiu à agência EFE que "o exército camaronês infligiu pesadas derrotas aos combatentes da seita islamita, durante as últimas semanas, na região do extremo norte".
O futuro do grupo jihadista tornou-se incerto após a recente morte do seu líder, Abubakar Shekau, confirmada por Abu Musab Al Barnawi, chefe do estado islâmico rival da província da África Ocidental (ISWAP), na sequência de um confronto entre as duas organizações.
A este respeito, o académico e especialista camaronês Herman Fotseng explicou hoje à Efe que "desde o anúncio da morte do líder da seita islamista Boko Haram, Abubakar Shekau, surgiram mais organizações dentro do grupo e estão a ser criados pequenos grupos, causando o enfraquecimento do movimento".
Boko Haram luta desde 2009 para impor um estado islâmico na Nigéria - um país predominantemente muçulmano no norte e de maioria cristã no sul - e pretende fazer da região do Lago Chade, que também inclui territórios no Níger, Chade e norte dos Camarões, o seu reduto.
Uma força multinacional conjunta composta pela Nigéria, Níger, Camarões e Chade enfraqueceu a insurreição de Boko Haram, embora os jihadistas ainda lancem ataques indiscriminados a áreas sensíveis.
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