Cidadão sérvio nascido em 1856 na Croácia, que na altura fazia parte do Império Austro-Húngaro, Nikola Tesla é o orgulho dos dois países, antigas repúblicas da Jugoslávia comunista cujas relações continuam tensas mais de um quarto de século após a guerra dos anos 1990.
Foi em homenagem ao inventor, pioneiro da eletricidade, que o multimilionário norte-americano de origem sul-africana Elon Musk deu o nome de Tesla à sua empresa especializada na construção de veículos elétricos e híbridos.
No âmbito dos preparativos para a integração na zona monetária europeia, prevista para 2023, o Banco Nacional Croata recentemente anunciou que Nikola Tesla figurava entre os cinco desenhos escolhidos para aparecer na face nacional das moedas de 10, 20 e 50 cêntimos de euro.
"Seria usurpar a herança cultural e científica do povo sérvio, pois o próprio Tesla se declarava sérvio", reagiu o Banco Nacional Sérvio (BNS) num comunicado enviado à agência noticiosa francesa AFP.
O BNS anunciou que tomará "ações adequadas junto das instituições competentes da UE" se o projeto for em frente, sem fornecer mais pormenores.
Por seu lado, o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkoviv, considerou que a escolha de Nikola Tesla "não deverá ser um problema para ninguém" e o vice-primeiro-ministro croata, Boris Milosevic, um sérvio da Croácia, declarou que o projeto o deixava "orgulhoso e feliz".
Nikola Tesla, cujas cinzas se encontram desde 1957 em Belgrado, num museu que lhe é dedicado, dizia-se um cidadão do mundo.
Ele é responsável por mais de 700 invenções, entre as quais os primeiros alternadores, que permitiram o nascimento das redes de distribuição elétrica de corrente alternada.