O Comité de Investigação russo acusa Navalny de ter criado uma organização que viola os direitos dos russos porque o Fundo Anticorrupção (FBK) "incita os cidadãos a cometer atos ilegais", em particular "convocando-os a participar em reuniões não autorizadas".
Em junho passado, o FBK e outras organizações ligadas a Navalny foram consideradas "extremistas" pelos tribunais russos e banidas oficialmente no início deste mês.
Segundo o Comité, o opositor e os seus colaboradores "organizaram a divulgação nas páginas pessoais na Internet e nas do FBK [...] de publicações a convocar cidadãos russos a participarem em encontros não autorizados em janeiro", quando ocorreram várias manifestações de apoio a Navalny em protesto contra a sua prisão.
"Navalny estava ciente de antemão da natureza ilegal" dos protestos, acrescentaram os investigadores.
O movimento de apoio a Navalny tem enfrentado uma pressão sem precedentes desde que o opositor russo regressou à Rússia, em janeiro, após vários meses de convalescença na Alemanha por um envenenamento, responsabilizando o Kremlin.
As várias organizações associadas a Navalny foram proibidas, os portais a elas associados foram bloqueados por ordem das autoridades e vários dos seus funcionários estão a ser alvo de processos judiciais que vão desde "violação das normas de saúde" ao "financiamento de organizações extremistas".
Navalny, de 45 anos, cumpre atualmente uma pena de dois anos e meio de prisão, na sequência de um antigo caso de fraude, que denuncia como político.
Os aliados de Navalny têm denunciado todas as medidas como destinadas a dificultar as atividades da oposição na corrida para as eleições legislativas de setembro, num cenário de crescente impopularidade do partido no poder.
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