"Sondagem choque!" foi o título escolhido para a manchete de quarta-feira do jornal Bild, o mais lido na Alemanha, a propósito de uma sondagem realizada para o canal alemão RTL que atribuiu à ala conservadora alemã, composta pela União Democrata-Cristã (CDU, partido de Merkel) e pela União Social-Cristã (CSU, o partido-gémeo da CDU na Baviera), 23% das intenções de voto para as eleições agendadas para o próximo dia 26 de setembro.
Estas projeções representam um decréscimo de 13 pontos percentuais em relação ao início do ano, bem como um recuo em relação aos cerca de 30% que os conservadores apresentavam há algumas semanas.
A mesma sondagem atribuiu 20% das intenções de voto ao Partido Verde alemão, cuja candidata a chanceler é Annalena Baerbock, seguido de perto pelo Partido Social-Democrata (SPD, centro-esquerda), que regista 19% e que tem como candidato a chanceler o atual ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz.
No mesmo dia em que foi publicada esta sondagem, que dá indícios de uma disputa eleitoral renhida e ainda incerta, o líder da CDU, Armin Laschet, apontado até agora como o favorito para substituir Merkel (no poder há 16 anos) na liderança do país, arrancou com a sua campanha.
Um centro de treino de boxe para jovens na cidade de Frankfurt foi o local escolhido pelo líder dos conservadores alemães para dar início à "maratona" de ações eleitorais que se vai prolongar pelas próximas semanas.
Bem-humorado, segundo descreveram as agências internacionais, o líder da CDU entrou no ringue, colocou um par de luvas de boxe azuis e desferiu um golpe à direita e outro à esquerda contra as luvas de um treinador.
A CDU "vai lutar nesta campanha", prometeu Armin Laschet, de 60 anos, citado pelas agências internacionais, que afirmam que o líder conservador e atual governador do Länder (estado federado) da Renânia do Norte-Vestfália estará a ser penalizado nas sondagens pela gestão das inundações que devastaram a região oeste do país em meados de julho e que provocaram pelo menos 190 mortes.
A Renânia do Norte-Vestfália foi uma das zonas mais afetadas pelas inundações.
A polémica instalou-se na Alemanha após as inundações, nomeadamente sobre a capacidade de antecipação por parte das autoridades de acontecimentos meteorológicos extremos, sobre o funcionamento do sistema de alerta e sobre as medidas de evacuação adotadas.
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