Dinamarca junta-se à França e suspende deportações de migrantes
A Dinamarca, tal como a França, anunciou hoje a suspensão de deportações de migrantes afegãos cujos pedidos de asilo foram rejeitados para o seu país de origem, devido aos combates entre os talibãs e as forças pró-governamentais.
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Mundo Afeganistão
"A decisão do governo afegão significa que, na prática, não podemos proceder a um regresso forçado ao Afeganistão antes de 08 de outubro deste ano, pois os regressos forçados exigem que as autoridades afegãs estejam prontas para receber o repatriado na fronteira", disse o ministro da Migração dinamarquês, Mattias Tesfaye, num correio eletrónico enviado à agência France-Presse.
A 11 de julho, o Afeganistão tinha apelado aos países europeus para que parassem de deportar migrantes afegãos durante os próximos três meses devido à intensificação de combates no país, um apelo a que a Suécia e a Finlândia acederam.
Com esta decisão, a Dinamarca e, antes, a França, Países Baixos e a Alemanha - que, juntamente com a Áustria, a Bélgica, a Dinamarca e a Grécia pediram a Bruxelas para continuar com as expulsões - voltaram atrás e anunciaram a suspensão.
"A Dinamarca poderá ainda realizar repatriamentos voluntários", assinalou um ministro, tendo um deles sido organizado a 26 de julho.
No dia 31 de julho, 45 afegãos encontravam-se em condições de serem deportados do país escandinavo.
Os afegãos representavam 10,6% dos requerentes de asilo na União Europeia em 2020 (pouco mais de 44.000 dos cerca de 416.600 pedidos), o segundo maior contingente depois dos sírios (15,2%), de acordo com a agência de estatística europeia Eurostat.
De acordo com um responsável europeu, desde o início de 2021, 1.200 pessoas foram enviadas da UE de volta para o Afeganistão, das quais 1.000 foram descritas como "voluntárias" no início, enquanto as outras 200 foram "obrigadas" a partir.
Os talibãs lançaram uma grande ofensiva contra as forças afegãs no início de maio, na sequência da retirada final das forças internacionais do Afeganistão, prevista para final de agosto.
Ainda hoje, os insurgentes tomaram Herat, a terceira maior cidade do Afeganistão, algumas horas depois da cidade estratégica de Ghazni, 150 quilómetros a sudeste de Cabul, e estão a aproximar-se perigosamente da capital após terem tomado a maior parte da metade norte do país em poucos dias.
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