EUA, Canadá e UE instam governo venezuelano e oposição a chegar a acordo

Estados Unidos, Canadá e União Europeia emitiram um comunicado conjunto instando o Governo da Venezuela e a oposição a chegarem a um acordo para solucionar a crise venezuelana, no âmbito da nova ronda de negociações iniciadas na sexta-feira.

Notícia

© Reuters

Lusa
15/08/2021 06:22 ‧ 15/08/2021 por Lusa

Mundo

Venezuela

"Instamos todas as partes a participar de boa-fé para alcançar acordos duradouros que conduzam a uma solução integral [abrangente] para a crise venezuelana", é referido no comunicado.

O comunicado foi divulgado pelo secretário de Estado norte-americano, Antony J. Blinken e também, segundo o Departamento de Estado dos EUA, pelo Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrel, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Marc Garneau.

No documento é referido que os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e o Canadá "acolhem com satisfação" o anúncio da nova ronda de negociações, no México, e esperam "que este processo conduza à restauração das instituições democráticas do país e permita que todos os venezuelanos se expressem politicamente através de eleições locais, parlamentares e presidenciais livres e justas".

"As forças democráticas da oposição têm trabalhado arduamente para construir uma Plataforma Unitária e reconhecemos a necessidade de tal unidade para fazer avançar estas negociações. Apreciamos o papel construtivo do Reino da Noruega na facilitação destas negociações", afirmam.

No comunicado conjunto, os EUA, a UE e o Canadá continuam "a exigir a libertação incondicional de todas as pessoas injustamente detidas por motivos políticos, a independência dos partidos políticos, a liberdade de expressão, incluindo a imprensa, e o fim das violações dos direitos humanos".

"Fazemos um apelo a [que sejam alcançadas] condições eleitorais que satisfaçam os padrões internacionais de democracia, começando com as eleições locais e regionais programadas para novembro de 2021", afirmam.

Por outro lado, dizem continuar comprometidos "em apoiar o povo venezuelano a enfrentar a grave crise humanitária na Venezuela".

"Acolhemos com satisfação um acordo entre todos os atores políticos na Venezuela, para permitir o acesso transparente e sem restrições à assistência humanitária, que inclua alimentos, medicamentos, vacinas e outros equipamentos críticos de socorro para a covid-19", lê-se no documento.

No comunicado é ainda referido que os EUA, a UE e o Canadá reiteram a vontade de "rever as políticas de sanções se o regime conseguir avanços significativos nas conversações".

Representantes do Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e da oposição aliada de Juan Guaidó iniciaram na sexta-feira uma nova ronda de negociações, no México, sob mediação da Noruega, com a assinatura de um acordo de entendimento.

No documento é manifestada a intenção de se chegar a um acordo sobre "as condições necessárias para que se realizem os processos eleitorais consagrados na Constituição, com todas as garantias, entendendo que é uma necessidade levantar as sanções internacionais" impostas contra Caracas.

Na agenda estão temas relacionados com "direitos políticos para todos, garantias eleitorais para todos, o levantamento das sanções, o respeito pelo Estado constitucional, a coexistência política e social, proteção da economia venezuelana e garantias para a implementação e acompanhamento dos acordos".

A crise política, económica e social na Venezuela, agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democráticas.

Segundo diversas organizações, 5,6 milhões de venezuelanos abandonaram o país desde 2015, fugindo da crise.

A OEA alertou recentemente que o êxodo de venezuelanos poderá atingir os sete milhões até ao primeiro trimestre de 2022, superando os 6,7 milhões do êxodo da Síria.

Leia Também:  Venezuela. Guaidó avisa que fracasso nas negociações aprofundará crise

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas