Alto Comissariado diz que adesão à vacinação na Guiné-Bissau "é boa"
O secretário do Alto Comissariado para a Covid-19 na Guiné-Bissau, Plácido Cardoso, disse que a aderência à vacinação no país "é boa" e que tiveram de ser criados mais postos, em Bissau, para evitar aglomerações de pessoas.
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"Estamos a trabalhar na criação na próxima semana de mais centros de vacinação. A aderência é boa. Está a haver aglomeração de pessoas e por isso mesmo temos de nos reorganizar na criação de mais postos de vacinação e com uma melhor organização para permitir que as pessoas sejam atendidas com menor tempo de espera", disse em declarações à Lusa Plácido Cardoso.
A Guiné-Bissau recebeu na semana passada no âmbito do mecanismo Covax mais 302.000 doses de vacina da Janssen, doadas pelos Estados Unidos da América, estando, neste momento, a administrar além da vacina norte-americana, a Astrazeneca e a Sinopharm.
"Estamos ainda a trabalhar na formação de técnicos para as demais regiões sanitárias do país. Nas regiões estamos também a planificar criar centros de vacinação para que a vacina chegue à população para que todas as pessoas sejam vacinadas e permita uma imunidade de grupo contra a covid-19", afirmou o médico guineense.
Questionado pela Lusa se a variante Delta está a circular no país e se é a responsável pela terceira vaga da pandemia, o médico disse que o Alto Comissariado, entidade responsável pela coordenação do combate à doença na Guiné-Bissau, não tem ainda a certeza.
"Há todo um processo em curso de investigação para a identificação do tipo de variantes a circular, como aconteceu na vaga anterior. Esperamos ter nos próximos dias os resultados da sequenciação", adiantou.
A Guiné-Bissau, com cerca de dois milhões de habitantes, está a viver a terceira vaga da pandemia que tem sido caracterizada por um aumento do número de casos, mortes e internamentos.
Os dados mais recentes indicam que o país já registou um total acumulado de 5.053 casos e 89 vítimas mortais, o que levou o Governo a decretar na quinta-feira uma série de restrições e proibições para tentar conter novas infeções entre a população.
"Estamos a assistir a um aumento dos casos significativo, assim como de óbitos e internamentos e houve uma concertação com o Governo para redefinição de certas restrições para tentarmos controlar esta situação de aumento de casos", explicou Plácido Cardoso.
Segundo o médico guineense, as medidas "poderão ajudar, se forem respeitadas, a contornar a situação".
O Governo guineense mandou encerrar ginásios, bares, salas de festas e discotecas e proibiu todas as atividades sociais, culturais e políticas, incluindo concertos, manifestações, comícios e reuniões político-partidárias.
"Nós pelas informações estatísticas epidemiológicas temos vindo a constatar que o perfil dos casos positivos tem mudado. Nas últimas semanas, assistimos a uma acentuação de casos positivos a nível das faixas etárias mais jovens, entre os 25 e os 44 anos de idade", revelou.
Plácido Cardoso salientou que aquela camada da população observa "muito pouco" as medidas restritivas e as novas proibições têm em "conta as atividades em que os jovens participam mais, mas também porque são as que provocam maiores aglomerações".
"O novo decreto tem em conta esse aspeto e recomenda essas restrições e esperamos que as pessoas respeitem essas restrições para ver se a situação pode conhecer novos contornos", frisou.
O médico explicou que a situação será novamente analisada daqui a 15 dias e que o Alto Comissariado recomendará as medidas que achar mais justas para responder à situação.
"Vamos continuar a observar o uso das máscaras, o distanciamento, a lavagem das mãos e a vacinação. Uma coisa não impede a outra. Todas estas medidas em conjunto poderão dar-nos maior proteção à covid-19 na Guiné-Bissau", concluiu.
A covid-19 provocou pelo menos 4.333.013 mortes em todo o mundo, entre mais de 205,3 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, divulgado na sexta-feira.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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