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Direita francesa com muitos candidatos procura "voz" para presidenciais

A direita francesa tem, pelo menos, seis candidatos a Presidente da República, embora, até agora nenhum se tenha imposto como candidato natural ou a voz legítima do partido que se tem reconstruído desde 2017 com bons resultados.

Direita francesa com muitos candidatos procura "voz" para presidenciais
Notícias ao Minuto

08:51 - 15/08/21 por Lusa

Mundo França

"O problema na direita não é a falta de candidatos. O problema é a falta de uma voz legítima que se afirme no meio de tantos candidatos", disse à agência Lusa Benjamin Morel, professor da Universidade Pantheon-Assas.

A poucos meses das eleições presidenciais em França, que se realizam no mês de abril, à direita, representada em grande parte pelo partido Os Republicanos, há seis possíveis candidatos a defrontar Emmanuel Macron pelo Eliseu.

Desde logo, Xavier Bertrand, presidente da região Hauts-de-France, e que foi o primeiro candidato a deixar clara a sua candidatura mesmo antes das eleições regionais que decorreram em junho. E há ainda Valérie Pécresse, presidente da região Île-deFrance, que tem aproveitado o verão para uma pré-campanha por todo o país.

Também Laurent Wauquiez, ex-líder do partido e presidente da região Auvergne-Rhône-Alpes, Michel Barnier, ex-negociador da União Europeia para o 'Brexit', Bruno Retailleau, líder dos senadores de direita e o médico Philippe Juvin, que é também autarca na região parisiense, estão na corrida.

O problema da direita é como encontrar o candidato ideal para chegar ao poder. Morel defende que o caminho tradicional de uma primária pode não beneficiar o partido.

"A direita, que potencialmente vai votar numa primária da direita, está mais próxima de Bruno Retailleau do que de Valérie Pécresse ou Xavier Bertrand. E ao nível nacional, Retailleau pode não ser um candidato tão bom", explicou o politólogo.

Exceto Xavier Bertrand, que diz avançar mesmo sem qualquer apoio da sua família partidária - família afastada, já que no final de 2017, Bertrand saiu de Os Republicanos -, os outros candidatos reuniram-se em julho para mostrar que estariam disponíveis para um plebiscito interno.

"Para mim vai haver uma primária da direita e centro para esta eleição porque não há um único candidato natural, como aconteceu com Chirac ou Sarkozy. Tivemos excelentes resultados nas regionais, com bons presidentes de região", disse o lusodescendente Geoffrey Carvalhinho, autarca em Pantin, na região parisiense, e próximo de Valérie Pécresse.

Em 2016, o vencedor da primária da direita e candidato às presidenciais foi o antigo primeiro-ministro François Fillon. As sondagens davam-no na segunda volta, até se saber que durante vários anos, Fillon empregou a mulher e os filhos enquanto deputado na Assembleia Nacional, desacreditando-o.

Sem primárias e com vários candidatos à direita, Geoffrey Carvalhinho considera que "a derrota é certa", já que vai dividir o eleitorado já fraturado devido ao aparecimento do partido República em Marcha, de Emmanuel Macron.

Para Geoffrey Carvalhinho, Pécresse é a candidata ideal já que "a França precisa de uma mulher no poder e ela mostrou à frente de Île-de-France que atinge sempre os seus objetivos" quer seja a nível social, económico ou ecológico.

A vantagem da direita, ao contrário da esquerda, é que é uma família política onde o eleitorado se reúne à volta do escolhido ou da escolhida.

"A grande diferença entre o eleitorado à esquerda e à direita, é que os eleitores de direita são mais velhos que votaram em Chirac, Sarkozy e que tem uma tradição política de se reunir à volta de um candidato", sublinhou Benjamin Morel.

Os resultados das regionais, nas quais a direita manteve os seus bastiões, também estão a motivar os eleitores.

"A direita está mais motivada, porque à direita há mais vontade de nos reunirmos à volta de um candidato", concluiu Carvalhinho.

No fim de setembro, Os Republicanos vão reunir-se em congresso para definir as modalidades da primária que deve acontecer em outubro, seis meses antes das eleições presidenciais de 2022.

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