Afeganistão. Michel e Von der Leyen vão a centro de acolhimento em Madrid

Os dois mais altos dirigentes da União Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, visitam no sábado um centro de acolhimento em Espanha para os funcionários afegãos das instituições da UE, disse hoje fonte do Governo espanhol.

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Lusa
20/08/2021 11:59 ‧ 20/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

O centro foi instalado na base militar de Torrejon de Ardoz, perto de Madrid.

"A base de Torrejon será amanhã (sábado) o centro da Europa", afirmou o chefe da diplomacia espanhola, José Manuel Albares, numa entrevista à rádio Cadena Ser a propósito da visita dos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, que serão acompanhados pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

Albares precisou que o centro, instalado pelo exército espanhol em quatro dias, poderá acolher mil pessoas e será "um polo", "o centro logístico da Europa porque por ele transitarão todos os afegãos que colaboraram com as diferentes instituições da UE" e que tiveram de sair do Afeganistão após a tomada de Cabul pelos talibãs no domingo.

Num comunicado divulgado na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol tinha anunciado que Albares, em conversas com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, manifestara o acordo de Espanha em servir como "porta de entrada na UE" para refugiados afegãos que trabalharam em Cabul para as duas instituições.

"Eles chegam a Espanha e, de cá, vão para outros países que lhes ofereçam vistos", disse Albares à Cadena Ser.

Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada por Washington contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, cérebro dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o seu anterior regime (1996-2001), muitos afegãos, incluindo os que trabalharam para instituições internacionais, têm receio de represálias dos talibãs e querem abandonar o Afeganistão.

Leia Também: Mais três aviões partem de Cabul com cidadãos europeus e afegãos

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