"Nós temos a ambição de ultrapassar os 70% a nível nacional ainda durante o mês de setembro e colocarmos uma fasquia ainda mais elevada para ultrapassarmos os 80/85%, porque quanto mais população vacinada, mais população protegida nós temos, mais condições teremos para retoma da atividade económica e da vida social normal que nós todos pretendemos", traçou.
O chefe do Governo falava à imprensa no final de uma visita aos postos de vacinação na cidade da Praia, terminando assim um périplo pelos municípios de Santiago Sul, que abarca ainda os municípios de São Domingos e Ribeira Grande de Santiago, que começou na quarta-feira.
Ulisses Correia e Silva fez um balanço "muito positivo" da visita a esses três municípios da ilha de Santiago, notando que há uns tempos, a capital, por exemplo, tinha cerca de 37% de pessoas vacinadas, mas deu um "salto importante" e hoje já ultrapassou os 54%.
"O que é um indicador muito bom", salientou, lembrando que a nível nacional essa taxa está neste momento em 58%.
Questionado se receia algum relaxamento dos cuidados por parte das pessoas vacinadas, o primeiro-ministro disse que o Governo vai reforçar um conjunto de medidas, entre elas alargar a exigência de teste ou vacinação para os professores e funcionários escolares e atendedores públicos.
"Porque estaremos a proteger mais as populações", salientou, dando conta das medidas tomadas para aumentar a capacidade de resposta, nomeadamente mais postos de vacinação e mais profissionais de saúde contratados.
Ulisses Correia e Silva destacou a "demanda crescente" de pessoas a quererem ser vacinadas, o que deixa o Governo "satisfeito".
"Estamos a aumentar de forma significativa os números e isto é bom", salientou.
"O grande ganho é que há uma consciência cidadã de que é necessário vacinar e quando é assim as pessoas procuram os postos de vacinação. Vamos aumentar ainda mais a capacidade de resposta para termos mais postos, mais enfermeiros e pessoal de apoio, principalmente nos lugares onde há necessidade de reforçar esses meios", projetou.
O plano nacional de vacinação contra a covid-19 em Cabo Verde traçou inicialmente como meta vacinar até 2023 um total de 60% da população, sendo 20% em 2021, 20% em 2022 e 20% em 2023".
Mas esse objetivo foi redefinido e o primeiro-ministro considerou em março ser "imperativo" o país vacinar 70% da população ainda este ano para retomar a confiança na economia e o crescimento de emprego.
Para incentivar a adesão da população à campanha de vacinação contra a covid-19, o Governo lançou o "Certificado Covid", que os clientes vão ser obrigados a apresentar nos restaurantes e bares a partir de setembro e nas discotecas, que reabrem em 01 de outubro.
O certificado, em formato digital ou papel, é a replicação integral do modelo utilizado pelos países da União Europeia, confirmando um teste (PCR ou antigénio) com resultado negativo à covid-19, a recuperação da doença ou de pelo menos a primeira dose de uma vacina reconhecida pelas autoridades de saúde cabo-verdianas.
A campanha de vacinação em Cabo Verde arrancou em março e até 08 de agosto 180.084 pessoas (48.6% da população alvo) estava vacinada com a primeira dose e 26.188 pessoas (7.1%) com a segunda dose.
Segundo o boletim de vacinação do Ministério da Saúde, até 08 de agosto o país tinha utilizado 206.272 (50,4%) das cerca de 409 mil vacinas recebidas, através do mecanismo Covax e doações de países parceiros.
Cabo Verde tinha até quinta-feira um total de 34.598 casos positivos acumulados desde o início da pandemia, dois quais 300 resultaram em óbitos, 33.678 considerados recuperados da infeção e contabilizava 599 casos ativos.
A covid-19 provocou pelo menos 4.401.486 mortes em todo o mundo, entre mais de 209,9 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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