"Tínhamos alguma razão para lá estar? Ameaça do terrorismo metastizou-se"
Joe Biden voltou a defender a decisão de retirar as tropas americanas do Afeganistão. Realçou que a credibilidade dos Estados Unidos não foi colocada em causa pelos seus aliados. Operação de retirada de pessoas é uma das "mais difíceis da história".
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Mundo Afeganistão
Pela segunda vez no espaço de cinco dias, Joe Biden voltou a dirigir-se aos norte-americanos para falar sobre a situação no Afeganistão, nomeadamente a operação de retirada de cidadãos americanos e de outras pessoas que está a decorrer.
Mais uma vez, o presidente dos Estados Unidos defendeu a sua decisão de antecipar a retirada das tropas de solo afegão.
"Que interesse podemos ter em continuar no Afeganistão se a Al-Qaida já saiu de lá? Ainda tínhamos alguma razão para estar no Afeganistão?", questionou Biden.
"Fomos para o Afeganistão com o único propósito de eliminarmos a Al-Qaida do Afeganistão, assim como capturar Osama bin Laden. E fizemo-lo", disse, acrescentando que não havia uma boa altura para sair do país.
O presidente também insistiu que não queria ver mais soldados americanos a morrerem no Afeganistão. "Se tivéssemos de ficar, alguém tem dúvidas de que teria de enviar mais tropas, que teria de enviar os vossos filhos, tal como o meu filho foi enviado para a guerra, para eventualmente morrerem? E qual era o ponto?", indagou Biden.
O líder dos Estados Unidos argumentou ainda que a ameaça terrorista expandiu-se.
"A ameaça do terrorismo metastizou-se", vincou o líder norte-americano.
Joe Biden declarou que a credibilidade dos Estados Unidos "não foi colocada em causa pelos nossos aliados", e insistiu mais uma vez não se previa uma conquista tão rápida do Afeganistão por parte dos talibãs.
"O consenso era de que era altamente improvável que o governo colapsasse e o presidente saísse do país em apenas 11 dias", assinalou.
"Uma das operações mais difíceis da história"
Sobre a operação de retirada de pessoas em curso, Biden frisou os "progressos significativos" alcançados. No entanto, avisou que esta é uma missão "perigosa" e de elevada dificuldade para as forças norte-americanas.
"Esta é de longe uma das operações de retirada mais difíceis da história e o único país com o poder para a levar a cabo são os Estados Unidos", enfatizou o chefe de Estado.
Joe Biden afirmou que está "focado em concluir este trabalho" e garantiu "a qualquer americano que queira vir para casa, nós vamos trazê-lo para casa".
Posteriormente, assegurou que tem esse "mesmo compromisso" para "retirar as pessoas que nos ajudaram, membros de ONGs e membros de organizações de mulheres".
"Quando isto tiver acabado vamos completar a nossa missão de retirada das nossas tropas", afiançou Biden.
[Notícia atualizada às 19h48]
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